Candids/ Knox/ Los Angeles

Angelina e Knox fazem compras em Los Feliz

24 de dezembro de 2022

Nesta sexta-feira, dia 23 de Dezembro de 2022, a mamãe mais famosa de Hollywood – Angelina Jolie – levou seu filho mais novo, Knox (14 anos), para fazer compras no bairro de Los Feliz, na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos.

A dupla foi flagrada pelos paparazzis de plantão assim que deixou a loja, enquanto caminhava em direção ao carro. As fotos já foram adicionadas em nossa Galeria. Clique em qualquer uma das miniaturas abaixo para ter acesso ao álbum.

Fotos:

01 02 03 04

CANDIDS » 2022 » 23/12/22 (20x)

Ativista/ Trabalho Humanitário

Jolie posta nova carta de garota afegã

22 de dezembro de 2022

Nesta quarta-feira, dia 21 de Dezembro de 2022, nossa musa inspiradora – Angelina Jolie – fez uma nova postagem em seu perfil oficial na rede social “Instagram”, através da qual compartilhou fotos de uma carta enviada a ela, por uma garota nascida no Afeganistão. Na legenda, Jolie escreveu:

Hoje eu recebi uma nova carta da minha jovem amiga afegã. Estou protegendo o nome e a identidade pela segurança dela e de sua família. “Noite passada, eu ouvi a notícia mais triste de todas”, escreveu ela.

Na última terça-feira, dia 20 de Dezembro de 2022, o Talibã enviou homens armados para impedir meninas afegãs de frequentarem a universidade. Isso se soma a uma total proibição das meninas cursarem o ensino médio. O Afeganistão é, agora, o único país do mundo que proíbe a educação para mulheres.

“Todas as meninas gostariam de ter nascido menino para terem direito à educação,” disse-me ela na carta.

Para apoiar as mulheres afegãs diante dessa política cruel e opressiva, existe muito mais que pode ser feito como, por exemplo, ajudar os afegãos que estão reconstruindo suas vidas na América.

Esta semana, o Congresso dos Estados Unidos tem a chance de aprovar uma Lei que abre caminho para a residência legal e permanente de famílias afegãs que fugiram para os EUA quando o Talibã assumiu o poder, ajudando assim quase 1.500 crianças afegãs desacompanhadas que foram separadas de seus pais ou de seus cuidadores primários.

Por favor, peça aos seus membros no Congresso que aprovem a Lei de Ajuste Afegã Bipartidária (Bipartisan Afghan Adjustment Act).

Apesar de ter renunciado ao cargo de Enviada Especial do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (UNHCR / ACNUR) após mais de 20 anos de serviço, através de um comunicado oficial emitido na semana passada, Jolie disse que irá continuar a trabalhar como ativista e defensora das causas humanitárias.

Sua descrição na rede social Instagram também mudou. Agora, ela se define como: “Mãe, cineasta, defensora dos refugiados e humanitária.”

A postagem de Jolie ocorreu em decorrência da notícia de que o Ministério do Ensino Superior do Afeganistão, administrado pelo Talibã, suspendeu nesta terça-feira (20) o acesso às universidades por estudantes do sexo feminino até nova decisão, o que provocou condenação dos Estados Unidos, Reino Unido e da ONU.

Uma carta, confirmada por um porta-voz do Ministério do Ensino Superior, instruiu as universidades públicas e privadas afegãs a suspender o acesso a estudantes do sexo feminino imediatamente, de acordo com uma decisão do governo.

Fonte: Instagram | CNN

ACNUR/ Enviada Especial/ ONU/ Refugiados/ Trabalho Humanitário/ UNHCR

Jolie renuncia ao cargo de Enviada Especial

16 de dezembro de 2022

Depois de mais de 20 anos de trabalho dedicado e comprometido com a Agência de Refugiados da ONU, defendendo os direitos e a proteção de pessoas deslocadas à força em todo o mundo, Angelina Jolie está deixando seu papel como Enviada Especial do ACNUR para se envolver em um conjunto mais amplo de ações humanitárias e questões de direitos humanos.

Uma das defensoras mais influentes dos direitos dos refugiados, Jolie continuará a trabalhar para construir um sistema internacional mais igualitário, justo e inclusivo.

Em um momento em que o mundo enfrenta crises complexas, multifacetadas e interconectadas, ela planeja se envolver com uma gama de conjuntos mais amplos sobre questões humanitárias, além de trabalhar mais diretamente com organizações locais. Sua pauta continuará a incluir os refugiados e as questões relacionadas ao deslocamento forçado.

O ACNUR trabalha com Jolie desde 2001 e, em 2012, ela foi nomeada Enviada Especial. Nesse papel, ela usou sua poderosa voz para conscientizar, apoiar os refugiados e pedir por ações e soluções urgentes para as pessoas que são forçadas a fugir de suas casas e de seus países.

Nos últimos 21 anos, Jolie trabalhou incansavelmente realizando mais de 60 missões de campo com a finalidade de testemunhar as histórias, os sofrimentos, bem como a esperança e resiliência destas pessoas.

Mais recentemente, ela viajou com o ACNUR para o Iêmen e para Burquina Fasso com a finalidade de conhecer pessoas deslocadas que passam pelas duas das emergências mais subfinanciadas e subnotificadas do mundo.

Em um comunicado oficial emitido nesta sexta-feira, dia 16 de Dezembro de 2022, o Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, se manifestou dizendo:

“Angelina Jolie tem sido uma importante parceira humanitária do ACNUR há muito tempo. Somos gratos por suas décadas de serviço, seu compromisso e pela diferença que ela fez para os refugiados e para as pessoas forçadas a fugir. Depois de um longo e bem sucedido período com o ACNUR, aprecio o desejo de mudar seu compromisso e apoio sua decisão. Sei que a causa dos refugiados permanecerá em seu coração e tenho certeza de que ela trará a mesma paixão e atenção para uma pauta humanitária mais ampla. Espero continuar nossa amizade.”

Também através de um comunicado oficial, Jolie disse:

“Sou grata pelo privilégio e pela oportunidade que tive de trabalhar ao lado de tantos funcionários excepcionais e dedicados do ACNUR, e de outros colegas que fazem o trabalho de salvar de vidas ao redor do mundo, e também por servir como Enviada Especial. Continuarei a fazer tudo o que estiver ao meu alcance nos próximos anos para apoiar os refugiados e as pessoas deslocadas. Depois de 20 anos trabalhando no sistema da ONU, sinto que é hora de trabalhar de forma diferente, envolvendo-me diretamente com os refugiados, com as organizações locais e apoiando a defesa de soluções.

Segundo informações compartilhadas pelo site oficial da revista PEOPLE, uma fonte próxima à atriz disse que Jolie decidiu deixar o ACNUR para poder se dedicar mais a outros esforços e apoiar grupos liderados por pessoas diretamente afetadas pelo conflito, buscando ajudar a fortalecê-las, elevar suas vozes e suas lideranças.

Para confirmar tal informação, Jolie também fez uma postagem em seu perfil oficial na rede social “Instagram” dizendo:

“Depois de mais de 20 anos, estou saindo hoje do meu trabalho com a Agência de Refugiados da ONU. Acredito em muitas coisas que a ONU faz, principalmente nas vidas que salva por meio da ajuda emergencial. O ACNUR está cheio de pessoas incríveis que fazem a diferença na vida das pessoas todos os dias. Os refugiados são as pessoas que mais admiro no mundo e me dedico a trabalhar com eles pelo resto da minha vida. Agora, estarei trabalhando com organizações lideradas por pessoas mais diretamente afetadas pelos conflitos dando mais voz a elas.”

Fonte: UNHCR | PEOPLE | Instagram

Ativista/ Política/ Trabalho Humanitário/ Washington

Jolie faz outra visita ao Capitólio dos EUA

14 de dezembro de 2022

Nesta terça-feira, dia 13 de Dezembro de 2022, a Enviada Especial do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (UNHCR / ACNUR) e ativista humanitária – Angelina Jolie – fez uma nova visita ao Capitólio dos Estados Unidos, na cidade de Washington D.C.

O Capitólio dos Estados Unidos é o prédio que serve como centro legislativo e é o local de reunião do Congresso estadunidense, formado pelo Senado e pela Câmara dos Representantes.

Durante a visita, Jolie participou de uma reunião com Jerry Nadler – um advogado e político do partido democrata que atua como representante dos EUA no 10º distrito congressional de Nova York desde 2013. Após a reunião, Nadler compartilhou fotos ao lado de Angelina através de seu perfil oficial no Twitter e escreveu:

“Foi ótimo me encontrar com a talentosa Angelina Jolie esta manhã para discutir sobre a Lei da Justiça para Todos, que aumenta a proteção das vítimas de crimes enquanto evita condenações injustas. Votei a favor deste Projeto de Lei no ano de 2004 e espero que possamos reautorizá-lo em breve.”

Já na manhã desta quarta-feira, dia 14 de Dezembro de 2022, Jolie visitou o Hart Senate Office Building, o terceiro prédio de escritórios do Senado dos EUA, onde apoiou o “Dream Act” em prol da Lei de Desenvolvimento, Socorro e Educação para Menores Estrangeiros, conhecida também como “Lei Dream”.

Trata-se de uma proposta legislativa dos Estados Unidos para conceder residência condicional temporária, com o direito ao trabalho, a imigrantes ilegais que entraram nos Estados Unidos como menores – e, se mais tarde atenderem às qualificações, obteriam residência permanente no país.

Em abril de 2001, os senadores Dick Durbin e Orrin Hatch apresentaram, pela primeira vez, este Projeto de Lei ao Senado, mas não foi aprovado. Desde então, a proposta foi reintroduzida várias vezes, mas não foi aprovada pela maioria em nenhuma das casas do Congresso dos Estados Unidos.

Algumas fotos já foram adicionadas em nossa Galeria. Clique em qualquer uma das miniaturas abaixo para ter acesso ao álbum.

Fotos:

01 02 03 04

01 02 03 04

TRABALHO HUMANITARIO » EVENTOS, MISSÕES E OUTROS » 2022 » REUNIÃO COM JERRY NADLER – 13/12/22 (19x)
TRABALHO HUMANITARIO » EVENTOS, MISSÕES E OUTROS » 2022 » VISITANDO O SENADO DOS EUA – 14/12/22 (4x)

Candids/ Los Angeles/ Zahara

Jolie e Zahara fazem compras em Los Angeles

12 de dezembro de 2022

Neste domingo, dia 11 de Dezembro de 2022, a mamãe mais famosa de Hollywood – Angelina Jolie – levou sua filha mais velha, Zahara (17 anos), para fazer compras nas lojas “American Rag Cie” e “Y3” na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos.

Mãe e filha foram flagradas pelos paparazzis de plantão logo após deixarem as lojas, enquanto caminhavam em direção ao carro.

Zahara, que atualmente está estudando sociologia na faculdade Spelman, na cidade de Atlanta, provavelmente retornou a Los Angeles para passar o natal ao lado da mãe dos irmãos.

Várias fotos foram adicionadas em nossa Galeria. Clique em qualquer uma das miniaturas abaixo para ter acesso ao álbum.

Fotos:

01 02 03 04

CANDIDS » 2022 » 11/12/22 (??x)

Colaboradora/ Entrevistas/ Escritora/ TIME

Angelina Jolie entrevista Roya Piraei

7 de dezembro de 2022

Nesta quarta-feira, dia 07 de Dezembro de 2022, a revista “TIME” compartilhou, em seu website oficial, uma entrevista exclusiva feita pela cineasta estadunidense e Enviada Especial do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (UNHCR / ACNUR), Angelina Jolie, com a ativista Roya Piraei. Jolie também escreveu o artigo, que foi traduzido na íntegra pelo Angelina Jolie Brasil. Confira!

Escrito por Angelina Jolie

ROYA PIRAEI, CUJA MÃE FOI MORTA NOS PROTESTOS DO IRÃ, SE MANIFESTA

Roya Piraei, de 25 anos, morava com os pais na cidade de Kermanshah, no Irã, quando se iniciaram os protestos em razão da morte de Mahsa (Jina) Amini – uma jovem curda iraniana acusada de usar o véu islâmico (hijab) de forma inadequada.

No dia 20 de Setembro deste ano, a mãe de Roya, Minoo Majidi, entoava frases ao lado de outros manifestantes quando as forças de segurança do país, a bordo de motocicletas, atiraram nela à queima-roupa. Ela morreu com 167 projéteis de espingarda nas costas.

Após o funeral de sua mãe, Roya deixou o país por motivos de segurança. Ela é uma jovem de inteligência e graça, e relatou que a morte de sua mãe foi “como um furacão, que levou tudo embora. A Roya que existia antes da morte de minha mãe se foi. Acho que fui enterrada com ela,” disse ela. Atualmente, ela está na França e conversou comigo sobre sua dor e suas esperanças para o futuro do Irã.

AJ: Como você está lidando com este choque?

É como se a ferida em meu coração estivesse se renovando a cada dia. Estou tentando permanecer estável. Mas é muito difícil. Eu tenho que seguir em frente, pois devo fazer o meu melhor e conseguir dar voz para minha mãe que foi silenciada e para outras pessoas que estão sendo mortas. Ela deu a vida por aquilo que acreditava. Ela buscava liberdade e fazer justiça por Mahsa e por toda a jovem geração, como eu.

AJ: Como foi crescer no Irã?

Não quero dizer que tive uma vida normal. Ninguém tem uma vida normal sob o controle da República Islâmica. Mas eu realmente apreciava meus familiares, pois nunca precisei ser diferente do que era quando não estava perto deles. Eu era livre para pensar e fazer o que quisesse. A pressão era mais da sociedade, do governo. Antes de tudo isso acontecer, eu era muito próxima da minha família. Eu me sentia muito abençoada. Mesmo com toda essa escuridão que a República Islâmica gerou em nossa sociedade, nós tínhamos um ao outro, nós nos amávamos.

AJ: Já houve protestos antes. O que você sente que é diferente desta vez?

Esta revolta começou com a exigência de liberdade para as mulheres. A morte de Mahsa foi como uma faísca. Estávamos lutando contra muitas coisas: corrupção em todas as organizações – no sistema educacional, na política, na economia, na administração – em todos os lugares, em tudo. Agora todas as etnias, de todo o Irã, estão unidas. Todas as pessoas querem retomar o país. Homens e mulheres lutando lado a lado, e isso é uma coisa enorme. Porque todo mundo sabe que exigir liberdade para as mulheres leva à liberdade para toda a sociedade.

AJ: Qual é a esperança do que é possível? O que você gostaria de ver?

Eu não sou política. Posso apenas responder pelo que vi e ouvi. O principal é que as pessoas não querem um regime que mata cidadãos. Tenho esperança, pois acho que existem muitas pessoas decentes e educadas no Irã e uma Geração Z com grande potencial. Tudo o que posso dizer é que acredito no meu povo.

AJ: Espero que, mesmo que demore – mas espero que seja logo – que haja mudança e que haja paz para as mulheres.

Há um longo caminho para percorrer, mas acredito que não vão voltar para aquela escuridão. As pessoas perceberam que este regime não pode ser consertado, então acho que a união é a chave para a vitória e para vencer esta revolução. Outra coisa importante é o apoio que os outros países podem dar para nós. Todos da oposição dizem que a República Islâmica deve ser isolada, que os diplomatas devem ser expulsos do exterior. Sei que nossa voz foi alta e todos começaram a nos ver, não só os Mulás e não só a República Islâmica. Nós somos os representantes do Irã, não eles.

AJ: Se não for muito doloroso, posso perguntar como era sua mãe?

Minha mãe, ela sempre acreditou na liberdade. Ela se importava com os seres humanos. Ela era muito paciente, por causa de seu grande coração e bondade. Gostava de esportes, literatura e de andar a cavalo. Ela era uma pessoa realmente ativa e cheia de vida. Nós compartilhávamos tudo. Perdi a pessoa mais querida da minha vida e é por isso que eu sinto que eles também me mataram.

AJ: Poucas mães e filhas tem a possibilidade de lutar, lado a lado, pelo direito das mulheres e pela liberdade. Tenho certeza de que você sabe que ela ficaria muito orgulhosa da maneira como você está lidando com este momento.

Eu realmente tento acreditar nisso, mas às vezes me sinto muito entorpecida. É uma pena que estejamos perdendo todas essas pessoas preciosas nas mãos desses assassinos.

AJ: Eu sei que não existem palavras para descrever este momento. Perdi minha mãe [para o câncer], mas tive anos para me despedir dela. Não foi outra pessoa que a tirou de mim, ou deram desculpas para seu assassinato.

A perda é um grande problema. Eu nunca tinha perdido ninguém antes. Mas isso não é normal. Como você disse, ninguém tirou sua mãe de você e, por este motivo, teve tempo de se despedir dela. Nada sobre a morte da minha mãe é normal. Muitas pessoas que perderam seus entes queridos dessa forma foram pressionadas pela República Islâmica a contar mentiras. Algumas delas foram presas. Eles até roubaram os corpos de seus entes queridos.

AJ: É uma crueldade inimaginável. Eu realmente rezo para que, em razão de toda essa coragem e sacrifício, nasça algo novo que tenha luz e liberdade.

Haverá, pois pagamos por isso com nossos entes queridos. Com suas vidas. Portanto, não será desperdiçado.

Fonte: TIME

As capturas já foram adicionadas em nossa Galeria. Clique em qualquer uma das miniaturas abaixo para ter acesso ao álbum.

Fotos:

01 02 03 04

ENTREVISTAS » 2022 » TIME – ROYA PIRAEI (40x)

Artigos by Angelina/ Escritora/ TimeToAct/ Trabalho Humanitário/ Violência Sexual

Jolie escreve artigo para o The Guardian

4 de dezembro de 2022

Na semana passada o renomado jornal britânico, “The Guardian”, publicou em seu website oficial um artigo exclusivo escrito por nossa musa inspiradora, Angelina Jolie. Demorou mais chegou, confira abaixo o conteúdo traduzido na íntegra pelo Angelina Jolie Brasil!

Ação imediata é necessária para acabar com a violência sexual em conflitos

Apesar das promessas feitas pelos governos ao redor do mundo, ainda não se foi feito o suficiente para ajudar os sobreviventes e deter os perpetradores.

Escrito por Angelina Jolie

Quase uma década atrás, mais de 150 países aderiram à Declaração Global de Compromisso visando acabar com a violência sexual em conflitos. Referidos países prometeram levar os perpetradores à justiça, colocar as necessidades dos sobreviventes em primeiro lugar e tomar outras medidas práticas com o objetivo de acabar com a impunidade.

Essas eram metas grandiosas e houve algum progresso, incluindo algumas medidas a nível nacional, como a adoção do Código Murad e o estabelecimento do Fundo Global de Sobreviventes.

Mas isso não foi suficiente para atender às necessidades dos sobreviventes ou para impedir que os perpetradores continuem a usar o estupro como arma de guerra em quase todos os novos conflitos gerados na última década.

Apesar dos compromissos assumidos pelos governos, não vimos uma ação significativa e duradoura a nível global. Isso é profundamente doloroso e frustrante. A violência sexual relacionada a conflitos foi reportada em pelo menos 18 países apenas no ano passado, das Américas à Ásia e da Europa à África.

Estamos falando de crimes de extrema brutalidade. Agressões a mulheres e a homens praticadas na frente de suas famílias. O estupro coletivo de crianças – que foram vítimas em quase metade de todos os casos verificados pela ONU no ano passado.

A violência sexual em conflitos faz com que a paz seja mais difícil de ser alcançada – e algo muito menos estável. Ela aumenta o risco de violência doméstica. Ela impulsiona o deslocamento de pessoas. Ela impede que as meninas frequentem a escola. Ela deixa cicatrizes de traumas e estigmas que afetam sociedades inteiras e atravessam gerações.

Nós nos reunimos e discutimos sobre esses horrores e concordamos que eles nunca devem acontecer novamente. Prometemos traçar – e manter – essa linha. Mas quando se trata de escolhas difíceis sobre como implementar essas promessas, sempre nos deparamos com os mesmos problemas.

Encontramos alguns membros do Conselho de Segurança abusando de seu poder de veto, como no caso da Síria. Deparamo-nos com interesses econômicos e políticos sendo colocados em primeiro lugar, tratando alguns conflitos como mais importantes do que outros.

E nos deparamos com a falta de vontade política, o que significa que, nos últimos anos, os governos rebaixaram a importância dos esforços para combater a violência sexual em zonas de guerra, apesar dela fazer ligação direta com a paz e com a segurança internacional.

Apesar de todos os nossos conhecimentos sobre esses crimes, menos de 1% da ajuda humanitária é gasto na prevenção ou na resposta à violência sexual e de gênero, embora a violência sexual seja endêmica em situações em que as pessoas são deslocadas por conflitos ou desastres.

Sobreviventes e defensores destacam essa lacuna de financiamento há anos, e abordá-la foi uma das promessas previstas na Declaração Global. A criação de um órgão internacional permanente que possa ajudar a preencher a lacuna de responsabilidade também foi discutida por anos sem nenhum progresso.

Uma nova comissão internacional permanente para documentar e investigar a violência sexual em conflitos poderia auxiliar os investigadores, os promotores e os mecanismos de responsabilidade e justiça nacionais e internacionais. Poderia atuar como um órgão profissional, um repositório de conhecimentos e dados e fornecer treinamento para pessoas envolvidas na investigação de atrocidades e crimes de guerra.

Quando seres humanos são agredidos fisicamente dessa forma, deve haver uma resposta global decisiva. Quando não há, isso passa a mensagem, tanto para a vítima quanto para o perpetrador, de que realmente não consideramos isso como um crime significativo que deve ser punido e prevenido.

Nos próximos dois dias, ministros do governo, acadêmicos, profissionais da sociedade civil e sobreviventes se reunirão em Londres para uma conferência que busca renovar a vontade política global de prevenir a violência sexual em conflitos. Portanto, esta conferência deveria, a meu ver, analisar atentamente o que foi bem-sucedido – e o que não foi.

Na última conferência, que aconteceu em Londres no ao de 2014, sobreviventes e ONGs apresentaram informações e soluções para a impunidade, desde a reforma das forças armadas até o desenvolvimento da capacidade local e a garantia de assistência médica, atendimento a traumas, apoio aos meios de subsistência e reparações para os sobreviventes.

Esta conferência não deveria ser mais um evento em que os sobreviventes precisam se apresentar novamente para explicar suas dores e seus sofrimento ou, para mostrar suas disposições de trabalhar com os governos, já que os países não estão dispostos a cumprir seus compromissos de longo prazo.

Governos e esforços internacionais vêm e vão. Aqueles que permanecem e que lutam e batalham durante décadas são as pessoas locais – neste caso, os sobreviventes de estupro e algumas pessoas como o ginecologista congolês e ganhador do Prêmio Nobel, Dr. Denis Mukwege. Ele tratou dezenas de milhares de sobreviventes de estupro, apesar dos ataques contra sua vida, durante anos.

Se os líderes globais estivessem dispostos a, pelo menos, serem corajosos e comprometidos quanto o Dr. Mukwege – e quanto aos sobreviventes – então, talvez, pudéssemos finalmente encontrar uma maneira de enfrentar esse crime com a resposta que ele merece.

Angelina Jolie é uma cineasta estadunidense, co-fundadora da Iniciativa de Prevenção à Violência Sexual em Conflitos (PSVI) e Enviada Especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (UNHCR / ACNUR).

Fonte: The Guardian

Ativista/ Inglaterra/ Reino Unido/ TimeToAct/ Trabalho Humanitário/ Violência Sexual

Jolie fala sobre violência sexual em vídeo

28 de novembro de 2022

Nesta segunda-feira, dia 28 de Novembro de 2022, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, reuniu representantes de 70 países com a intenção impulsionar medidas urgentes visando combater a violência sexual em conflitos – inclusive na Ucrânia, Etiópia e Colômbia.

Novas evidências mostraram que cerca de 20 a 30% das mulheres e meninas em ambientes afetados por conflitos sofrem violência sexual.

A conferência de 2 dias, que acontecerá na cidade de Londres nesta semana (28 a 29 de novembro), colocará os sobreviventes deste crime abominável no centro da resposta global.

Nadia Murad e o Dr. Denis Mukwege – que ganharam um Prêmio Nobel da Paz em conjunto por seus trabalhos em combater a violência sexual – estarão presentes ao lado da Condessa de Wessex e do promotor do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan.

Outros sobreviventes, ministros do governo e representantes de ONGs também estarão lá para compartilhar o que aprenderam e concordar com uma resposta única para evitar que atrocidades ocorram no futuro.

A conferência desta semana marca os 10 anos da histórica “Iniciativa de Prevenção à Violência Sexual em Conflitos” (PSVI) que foi lançada pelo governo do Reino Unido.

Ao abrir a conferência, o ministro das Relações Exteriores anunciará uma estratégia de 3 anos que visa combater a violência sexual em conflitos, que receberá o apoio de até 12,5 milhões de libras em um novo financiamento.

Desenvolvida com sobreviventes, especialistas na área, parlamentares, acadêmicos e ONGs, a estratégia se concentra no combate a esses crimes em 7 países-chave: Ucrânia, Bósnia, Colômbia, República Democrática do Congo, Etiópia, Iraque e Sudão do Sul.

O Reino Unido tem estado na vanguarda dos esforços para combater a violência sexual relacionada a conflitos na última década, desde que o ex-secretário de Relações Exteriores, William Hague, e Angelina Jolie lançaram conjuntamente a iniciativa em 2012.

Angelina Jolie participou do evento mandando uma mensagem de vídeo conferência e Lord Hague falará pessoalmente no dia 29 de novembro.

Na mensagem, Jolie diz:

“Quando os seres humanos são agredidos fisicamente desta forma e, em alguns países durante décadas, deve existir uma resposta global decisiva. Quando não há, isso passa uma mensagem tanto para a vítima quanto para o perpetrador de que realmente não consideramos isso como um crime significativo e que precisa ser punido e prevenido. Portanto, esta conferência deveria, a meu ver, analisar atentamente o que foi bem-sucedido e o que não foi.”

Desde o lançamento da Iniciativa de Prevenção à Violência Sexual em Conflitos no ano de 2012, o Reino Unido apoiou quase 100 projetos em 29 países – de abrigos seguros na Bósnia a apoio judicial no Iraque e na Colômbia e treinamento para forças de paz na África Oriental.

A situação atual na Ucrânia, bem como os recentes acontecimentos no Afeganistão e na Etiópia, demonstra que o trabalho para combater a violência sexual relacionada com conflitos continua a ser de grande importância, como sempre.

Fonte: GOV.UK

Vídeo:

Capturas:

01 02 03 04

TRABALHO HUMANITARIO » EVENTOS, MISSÕES E OUTROS » 2022 » PSVI – MENSAGEM DE VÍDEO – 28/11/22 (20x)