Atelier Jolie / Oscars

No Oscar, Suleika Jaouad usa vestido Atelier Jolie

11 de março de 2024

Por Christian Allaire

Normalmente, vemos Angelina Jolie caminhando no tapete vermelho do Oscar como indicada a uma das categorias ou como uma das apresentadoras da noite. Mas este ano, a atriz assumiu um papel diferente nos bastidores da 96ª edição da cerimônia: ela desenhou um vestido para o tapete vermelho.

Sob sua nova marca de moda, “Atelier Jolie”, lançada no ano passado com foco em sustentabilidade e reutilização, Jolie criou um vestido personalizado para a escritora e artista Suleika Jaouad.

Jaouad estrela o documentário “American Symphony” ao lado do marido, Jon Batiste, que foi indicado à categoria de Melhor Canção Original. Em entrevista exclusiva para a Vogue, Jolie disse:

“Tenho uma profunda admiração por Suleika e pela maneira como ela vive sua vida – como ela enfrenta as dificuldades com força e graça. Ela é uma força criativa brilhante que inspira todos que a conhecem. Eu a teria vestido para qualquer evento que ela precisasse. Nunca deveria ser sobre o vestido em si, mas sobre como qualquer peça usada parece ser uma extensão da pessoa.”

O documentário “American Symphony” acompanha o músico Jon Batiste enquanto ele se propõe a compor uma sinfonia. Ao mesmo tempo, sua companheira, Jaouad, descobre que sua leucemia está de volta após uma década em remissão. Jaouad disse à Vogue:

“Houve muitas semanas em que não pudemos nos ver, porque ele tinha que sair para trabalhar e o risco de exposição era muito alto. As canções de ninar se tornaram sua forma de me envolver com carinho, amor e presença à distância. Ver aquela canção de ninar se tornar uma canção completa [posteriormente intitulada “It Never Went Away”], parte de um filme e depois ser indicada ao Oscar mostra o quanto as coisas podem mudar em dois anos.”

Considerando que o filme gira em torno de temas de resiliência e do papel curativo que a música pode desempenhar nisso, Jolie queria criar um visual que remetesse às próprias raízes artísticas de Jaouad. Para fazer isso, Jolie colaborou com o renomado artista estadunidense, Chaz Guest, para transformar o vestido do tapete vermelho em uma obra de arte vestível.

“Eu queria um look inspirado na criatividade e no amor de Suleika. Ela é uma pintora e por isso pareceu certo que seu vestido fosse usado como uma tela. Chaz e eu nos conhecemos há anos e eu sabia que ele abordaria isso com dedicação e intenção necessárias para dar certo.”

Jolie queria que o vestido incorporasse estampas desenhadas à mão que refletissem o documentário “American Symphony” de Jaouad. O design apresenta uma ilustração de Baptiste conduzindo uma orquestra.

“Usei uma técnica de pintura bastante conhecida no Japão chamada de ‘sumi-e’, que é uma forma antiga de desenhar com tinta sumi”, diz Guest. Refletindo o compromisso do Atelier Jolie com a sustentabilidade, Guest aplicou os desenhos em um tecido 100% seda reutilizado.

Jolie, que trabalhou com Guest para drapear o tecido de forma elegante disse:

“Foi um exercício sobre o que poderia ser encontrado e usado, e sobre sermos criativos. Disponibilizamos os painéis e discutimos onde eles cairiam no corpo dela. Como todos os projetos do ateliê, o objetivo é tornar a roupa pessoal e sermos ousados e criativos juntos.”

Para Guest, este foi um desafio divertido e uma abordagem diferente para o seu trabalho: o artista está habituado a desenhar em telas, não em roupas. “Eu não conhecia pintura em seda e estava nervoso porque não queria estragar. Mas coloquei a música de Jon e simplesmente não pensei, segui com toda a inspiração e me movi o mais rápido que pude,” disse ele.

Para Jaouad, ver o resultado final do visual usado em si mesma foi ao mesmo tempo fortalecedor e significativo.

“Fiquei absolutamente impressionada com a quantidade de pesquisa realizada no design e como o processo foi colaborativo. Angelina queria que esta não fosse apenas uma peça de roupa visualmente deslumbrante, mas que estivesse imbuída de alma e significado. Foi uma abordagem única da moda.”

Até mesmo seus acessórios para a noite – joias vintage de Neil Lane das décadas de 1870 a 1970 – foram intencionais e fornecidos pela própria Jolie. “Tudo, até as joias, foi uma decisão criativa colaborativa no momento”, diz Jaouad.

Embora certamente tenha sido um dos momentos de moda mais comoventes da noite, Jolie e a equipe atestam que o visual serve apenas como uma extensão dos belos sentimentos encontrados no novo documentário de Jaouad e Batiste. Por fim, Jolie disse:

“American Symphony mostra um dos grandes pares de artistas e histórias de amor do nosso tempo. Todos podemos aprender com eles sobre como abordar o amor, a arte e os desafios que a vida traz. Dizem no filme ‘liberdade e família’. Realmente não há nada mais importante”.

• Fonte: Vogue

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