Candids/ Los Angeles/ Vivienne

Jolie retorna aos EUA e faz compras com Viv

12 de março de 2022

Na última sexta-feira, dia 11 de Março de 2022, Angelina Jolie levou sua filha mais nova, Vivienne (13), para fazer compras na loja “The Container Store” no “Grove”, um complexo de varejo e entretenimento localizado na cidade de Los Angeles, Estados Unidos.

Após passar alguns dias no Iêmen durante sua última missão de campo humanitária, a Enviada Especial do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados foi flagrada pelos paparazzis de plantão enquanto deixava o estabelecimento e caminhava em direção ao carro, na companhia da filha.

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ACNUR/ Enviada Especial/ Iêmen/ ONU/ Refugiados/ Trabalho Humanitário/ UNHCR

Angelina Jolie pede pelo fim do conflito no Iêmen

8 de março de 2022

O prolongado conflito no Iêmen levou a múltiplas crises que afetam todos os aspectos nas vidas das pessoas comuns. Isso resultou em milhares de vítimas civis – no mês de Janeiro de 2022, um civil foi morto ou ferido a cada hora – bem como em uma miséria generalizada, fome e colapso econômico, levando os iemenitas à beira do abismo.

Hoje, dois em cada três iemenitas precisam de assistência humanitária para sobreviver – o que equivale a 20 milhões de pessoas. Noventa e dois por cento de todos os iemenitas deslocados não têm nenhuma fonte de renda e devem sobreviver com menos de 40 dólares por mês.

Jolie, que é Enviada Especial do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (UNHCR / ACNUR) desde 2011, chegou ao Iêmen no dia 6 de Março de 2022, para uma visita de três dias. Ela conversou tanto com iemenitas deslocados internos quanto refugiados no norte e no sul do país.

A Enviada Especial pediu para que todas as partes em conflito respeitem e se comprometam com o Direito Internacional Humanitário. Ela também pediu que todas as partes evitem atingir civis, garantam acesso humanitário desimpedido a todas as pessoas necessitadas, passagem segura para civis que fogem de áreas de conflito e um acordo político negociável.

Jolie insistiu que comunidade internacional aumente o apoio à resposta humanitária severamente subfinanciada antes da Conferência de Alto Nível para o Iêmen (High Level pledging conference for Yemen), que deve acontecer no próximo dia 16 de Março, e redobre os esforços na busca do fim da violência. Mais de 4 milhões de pessoas foram deslocadas nos últimos sete anos.

Em um local na província de Lahj, no sul do Iêmen, onde as pessoas que fugiram de casa nos últimos anos estão vivendo em abrigos frágeis, membros de famílias deslocadas contaram à Enviada Especial como perderam suas casas, seus entes queridos e seus meios de subsistência, descrevendo como o conflito desfez as esperanças que tinham com relação aos filhos e famílias.

Mudeera, mãe de cinco filhos que fugiu de Taiz há quatro anos, disse que nenhum dos seus filhos frequentou a escola, possui certidão de nascimento ou foi vacinado. Todos os dias ela luta para alimentá-los com qualquer coisa que não seja chá e pão.

No norte do Iêmen, em um local para deslocados internos, Jolie conheceu Maryam, de 65 anos, que está desalojada desde 2016 e que perdeu o marido no conflito. Ela contou a Jolie como três de suas netas morreram porque a família não tinha condições de pagar os cuidados de que precisavam.

Durante sua visita no dia de hoje, Dia Internacional da Mulher, Jolie testemunhou o impacto catastrófico que esse conflito teve sobre os civis iemenitas, especialmente mulheres e meninas, que representam mais da metade da população deslocada. Já enfrentando níveis de desigualdade e discriminação de gênero que estão entre os piores do mundo, a situação delas foi agravada por este conflito interminável.

Em um comunicado oficial, Jolie disse:

“O nível de sofrimento humano aqui é inimaginável. A cada dia que o conflito brutal do Iêmen continua, mais e mais vidas inocentes são perdidas e mais pessoas continuarão a sofrer. Vivemos em um mundo onde o sofrimento e o horror dominam as manchetes, mas essas notícias podem resultar em demonstrações esmagadoras de compaixão e solidariedade internacional. Espero que essa compaixão e solidariedade sejam estendidas ao povo do Iêmen, que precisa urgentemente de uma solução rápida e pacífica para este conflito – e para outras pessoas deslocadas, quem e onde quer que estejam no mundo. Com mais de 80 milhões de pessoas deslocadas em todo o mundo e com pedidos de ajuda subfinanciados globalmente, precisamos urgentemente encontrar soluções que permitam que os conflitos sejam resolvidos e que as pessoas deslocadas possam voltar para suas casas com dignidade e segurança.”

O ACNUR e seus parceiros permanecem em campo no Iêmen, fornecendo assistência que salva vidas por meio de abrigo, ajuda em dinheiro e apoio psicológico, bem como programas que ajudam especificamente a proteger crianças e prevenir a violência contra as mulheres. Embora o ACNUR espere manter e expandir seu apoio em 2022, em meio a uma escalada nos combates, o apelo da ONU para o Iêmen continua subfinanciado.

Nesta terça-feira (8), Jolie também fez uma postagem no seu feed de notícias em seu perfil oficial na rede social “Instagram”, através da qual escreveu:

Estou em Sanaã hoje, conhecendo mais famílias iemenitas que foram deslocadas e feridas durante o conflito. Mais de 4 milhões de iemenitas foram forçados a deixar suas casas pela violência e vivem deslocados internamente dentro do país. Mais da metade deles são crianças. E há pelo menos 50 linhas de frente ativas em todo o país, o que significa que civis ainda estão sendo mortos e feridos todos os dias.

Algumas dessas imagens são de um local para deslocados internos no norte de Sanaã. Atualmente, o local abriga cerca de 130 famílias iemenitas. Apenas 20 dessas famílias recebem rações alimentares e, mesmo para essas famílias mais vulneráveis, as rações são limitadas. Todos os professores trabalham sem salário e caminham cerca de 3 horas diárias para chegar à escola e voltar para casa. As crianças muitas vezes chegam à escola sem comer nada.

Enquanto estive aqui no Iêmen, também visitei o governo de Lahj, no sul do país, onde estão 35 famílias deslocadas. O acampamento improvisado carece de todos os serviços básicos, estando a fonte de água mais próxima, a 15 km de distância. Não há banheiros ou chuveiros e a maioria das crianças que moram aqui não vai à escola.

Vivemos em um mundo onde o sofrimento e o horror dominam as manchetes, mas essas notícias podem resultar em demonstrações esmagadoras de compaixão e solidariedade internacional. Espero que essa compaixão e solidariedade sejam estendidas ao povo do Iêmen.

Fonte: UNHCR | Instagram

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ACNUR/ Enviada Especial/ Iêmen/ ONU/ Refugiados/ Trabalho Humanitário/ UNHCR

No Iêmen, Jolie conversa com refugiados somalis

7 de março de 2022

Nesta segunda-feira, dia 07 de Março de 2022, durante o segundo dia de missão da Enviada Especial do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (UNHCR / ACNUR) – Angelina Jolie – visitou o bairro Albasateen, localizado próximo a cidade de Aden, no Iêmen, para se encontrar com alguns dos refugiados somalis que atualmente buscam segurança no país.

Mais de 102.000 refugiados e requerentes de asilo, principalmente da Somália e da Etiópia, estão hospedados no Iêmen. A Somália é outro país devastado pela guerra, forçando seus civis a fugir através das fronteiras.

O Iêmen tem, generosamente, recebido refugiados há décadas, mas o conflito e a deterioração da economia combinados com a diminuição do apoio humanitário, estão dificultando tal ato.

Jolie aterrissou no Iêmen neste domingo para chamar a atenção para as consequências catastróficas do conflito local, que já dura sete anos.

Fonte: UNHCR – Refugees Media

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ACNUR/ Enviada Especial/ Iêmen/ ONU/ Refugiados/ Trabalho Humanitário/ UNHCR

Jolie aterrissa no Iêmen em missão humanitária

6 de março de 2022

Neste domingo, dia 06 de Março de 2022, a Enviada Especial do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (UNHCR / ACNUR) – Angelina Jolie – aterrissou no Iêmen durante missão humanitária que visa chamar a atenção para as consequências catastróficas do conflito local, que já dura sete anos.

Ela visitará famílias iemenitas, incluindo famílias deslocadas e refugiados, para ouvir diretamente delas como o conflito destruiu suas vidas.

O ACNUR espera que sua visita destaque as crescentes necessidades humanitárias que o Iêmen enfrenta, ajude a mobilizar apoio urgente para o trabalho humanitário antes da Conferência Anual de Compromissos de Alto Nível para o Iêmen, que acontecerá no dia 16 de março, e pedir aos atores regionais e internacionais que se comprometam com o fim do conflito.

No perfil oficial da atriz na rede social “Instagram”, Jolie também se manifestou sobre a situação fazendo um novo post sobre o conflito e escreveu:

“Desembarquei em Aden para conhecer famílias deslocadas e refugiados em nome do ACNUR, com a finalidade de mostrar meu apoio ao povo do Iêmen. Farei o meu melhor para me comunicar durante essa missão de campo, à medida que os dias se desenrolam. Enquanto continuamos a assistir aos horrores que se desenrolam na Ucrânia e pedimos o fim imediato do conflito e o acesso humanitário, estou aqui no Iêmen para apoiar as pessoas que também precisam desesperadamente de paz. A situação aqui é uma das piores crises humanitárias do mundo, com um civil morto ou ferido a cada hora em 2022. Uma economia devastada pela guerra e mais de 20 milhões de iemenitas dependendo da assistência humanitária para sobreviver”.

“Na última semana, milhões de pessoas foram forçadas a fugir da horrível guerra que acontece na Ucrânia. Se pudermos aprender alguma coisa através desta chocante situação, é que nós não podemos ser seletivos sobre quem merece mais ajuda e sobre quais direitos devemos defender. Todas as pessoas merecem a mesma compaixão. As vidas das vítimas civis dos conflitos em todo mundo, possuem valores iguais. Após sete anos de guerra, as pessoas do Iêmen também precisam de proteção, ajuda e, a cima de tudo, paz.”

Fonte: UNHCR | Instagram

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Candids/ Los Angeles/ Shiloh

De volta a LA, Jolie faz compras com a filha

5 de março de 2022

Na tarde desta sexta-feira, dia 04 de Março de 2022, Angelina Jolie levou Shiloh (15) para fazer compras na cidade de Los Angeles, Estados Unidos.

Após passar alguns dias no Camboja, a mamãe mais famosa de Hollywood foi flagrada pelos paparazzis de plantão enquanto passeava com a filha.

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Cineasta/ Diretora/ Produtora

Jolie assina contrato com a produtora Fremantle

4 de março de 2022

Diretora, atriz vencedora do Oscar e Enviada Especial do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (UNHCR / ACNUR), Angelina Jolie assinou um contrato internacional de produção cinematográfica, de três anos de duração, com a produtora e distribuidora “Fremantle”.

Sob o acordo, com efeito imediato, Jolie e a Fremantle desenvolverão conjuntamente uma “sofisticada, poderosa e internacionalmente focada lista de longas-metragens, documentários e séries originais nas quais ela produzirá, dirigirá e/ou estrelará – com base em cada projeto individual. ”, disse a Fremantle em um comunicado.

O primeiro projeto previsto no acordo é “Without Blood” (Sem Sangue), que Jolie dirigirá e produzirá no próximo mês de Maio na Itália. Jolie adaptou o roteiro do romance best-seller escrito por Alessandro Baricco, uma história sobre guerra, vingança, memória e cura.

O acordo também se estende a projetos de idiomas locais em parceria com as demais produtoras da Fremantle e talentos do cinema que operam em 26 territórios ao redor do mundo, incluindo o apoio a outros escritores e diretores regionalmente para ajudá-los a realizar seus projetos. Jolie e a Fremantle também estão trabalhando em projetos de longa-metragem, documentários e séries originais que serão revelados em breve.

Os projetos serão realizados juntamente com Jennifer Mullin (Diretora Executiva global da Fremantle), Andrea Scrosati (Diretora de operações do grupo e Diretora Executiva da Europa Continental) e a companhia “De Maio Entertainment”, que será uma consultora estratégica e parceira.

Em um comunicado recente Jolie se manifestou sobre o novo contrato dizendo:

“Ter a liberdade de contar histórias importantes e trazê-las para um público global está no centro deste acordo com a Fremantle. Estou animada por trabalhar com uma equipe muito apaixonada, voltada para o futuro e que tem uma perspectiva internacional.”

Já, em um comunicado emitido por Jennifer Mullin (Diretora Executiva global da Fremantle), ela acrescentou:

“Estamos entusiasmados por fazer parceria com Angelina, unindo forças criativas na próxima fase de sua extraordinária carreira como produtora, diretora, atriz e humanitária. A Fremantle e Angelina compartilham da mesma paixão e da mesma ambição em contar histórias convincentes de todos os lugares do mundo, para todas as pessoas no mundo. Abraçamos e apoiamos a independência criativa de nossos parceiros e esperamos trabalhar com Angelina para trazer histórias poderosas e únicas para um público global.”

Atualmente, Jolie é representada pela agência “WME” e pelos advogados Robert Offer e Lindsey Strasberg do escritório “Sloane Offer Weber and Dern LLP”.

Fonte: Variety | Fremantle

Afeganistão/ Colaboradora/ Entrevistas/ Escritora/ TIME/ Vídeo

Jolie entrevista Zahra Joya, jornalista afegã

3 de março de 2022

Nesta quarta-feira, dia 02 de Março de 2022, a revista “TIME” publicou em seu website oficial uma entrevista exclusiva da nossa musa inspiradora, Angelina Jolie, com a jornalista afegã Zahra Joya. Confira a matéria traduzida na íntegra pelo Angelina Jolie Brasil!

Escrito por Angelina Jolie

Zahra Joya tinha 5 anos quando o Talibã assumiu o poder no Afeganistão e proibiu a educação das meninas. Implacável, ela se vestia com roupas de menino e caminhava cerca de duas horas para ir e voltar da escola todos os dias. Após a invasão dos Estados Unidos no ano de 2001, ela largou o disfarce, terminou os estudos e se matriculou como estudante de direito, antes de descobrir sua vocação como jornalista.

O Afeganistão tem sido um lugar extremamente perigoso para ser uma jornalista. Segundo a “Reporters Without Borders”, 80% das mulheres jornalistas perderam seus empregos desde o colapso do governo afegão em Agosto do ano passado.

Joya, que fundou a agência de notícias “Rukhshana Media” em 2020, com foco em histórias de e sobre mulheres afegãs, estava entre as pessoas que foram forçadas a fugir do país. Ela foi transportada de avião para o Reino Unido. Ela conversou comigo de um hotel no centro de Londres, onde ela e centenas de outras famílias afegãs aguardam a confirmação de seu status de asilo.

Quando conversamos, Joya disse que quase podia ver a Ponte da Torre de Londres (Tower Bridge) de sua janela – um lembrete de quão longe ela está de casa ultimamente. Ainda assim, mesmo a milhares de quilômetros de distância, a jornalista de 29 anos continua gerenciando uma equipe de repórteres e cobrindo as histórias das mulheres no Afeganistão.

É uma honra conhecê-la. Admiro muito seu trabalho. Você pode me dizer de onde você está falando e se você pode estar junto com sua família?

Estou no centro de Londres. Estamos aqui há seis meses. Infelizmente, quando o Talibã assumiu, apenas eu e três das minhas irmãs mais novas, meu irmão adolescente e minha sobrinha conseguimos fugir. Deixamos para trás nossas famílias, nossos pais. Sentimos a falta deles todos os dias e é muito difícil para todos nós, especialmente para o meu irmão.

Não vamos mencionar onde seus pais estão, para a segurança deles, mas você consegue se comunicar com eles?

Conseguimos nos falar, mas eles estão escondidos, infelizmente.

Sua vida ilustra as últimas duas décadas das meninas e mulheres do Afeganistão. Você sabe como é viver anteriormente sob o regime do Talibã e sabe como era quando houve mudanças e oportunidades.

A primeira vez que o regime do Talibã esteve no Afeganistão, eu era criança. Eu não tinha permissão para ir à escola. Mas adorava aprender. Perguntei aos meus pais e eles disseram: “Você é uma menina, não tem permissão para ir à escola”. Mas depois disso, um dos meus tios me disse: “Você pode se vestir como eu e podemos ir para a minha escola juntos”. Caminhávamos duas horas até a escola todos os dias. Foi uma longa caminhada, mas foi uma esperança para mim. Minha jornada de vida não foi fácil. Cada passo que eu dei foi muito difícil.

É uma história incrível. Quando você ia para a escola disfarçada de menino, qual era o seu nome?

Meu nome era Mohammed. Alguns de meus parentes ainda me chamam de “Mohammed Zahra” de brincadeira. E eu digo, sim, este é um bom nome para mim.

Acho que as pessoas têm uma certa ideia sobre os homens no Afeganistão e sobre a repressão, mas não conhecem todos os homens do país. Seu tio parece um dos muitos homens afegãos que conheci, que acreditam na educação das meninas, nos direitos das mulheres e que arriscam suas vidas pelas mulheres de sua família.

Exatamente. Temos muitos homens que lutam pela igualdade. Eles acreditam nos direitos das mulheres. Um bom exemplo é a minha família. Todos os homens me apoiaram, especialmente meu pai. Ele é um homem adorável. Ele apoiou todas as suas meninas.

Deve ser muito difícil para ele ficar longe de você, embora eu saiba que ele ficará feliz por saber que você está segura.

Ele está. Mas toda vez que ligamos, ele chora. É muito difícil. Estamos separados.

Não consigo imaginar. Não há nada que possa acalmar a alma enquanto você não souber se as pessoas que você ama estão seguras. Eu sei que depois da escola, você foi para a universidade para estudar direito – seu pai também participou disso?

Quando eu era criança, meu pai era promotor. As mulheres costumavam vir à nossa casa e pedir ajuda ao meu pai. Decidi me tornar promotora ou advogada para defender os direitos das mulheres. Mas quando fui para a universidade em Cabul, meus colegas de classe e meus amigos tinham histórias que deveriam ser compartilhadas com outras pessoas, mas não tinham onde publicá-las. Por sugestão de um amigo, percebi que deveria me tornar jornalista. Fui jornalista por uma década. Na redação, muitas vezes eu era a única mulher. Eu costumava perguntar aos meus colegas por que não havia outras mulheres e eles diziam que a maioria das mulheres jornalistas não tinha boa capacidade ou habilidades. Eu disse que deveríamos ensiná-las. Em 2020, comecei minha própria empresa, chamada “Rukhshana”. Ela era apenas uma garota de 19 anos instalada na zona rural do Afeganistão e, em 2015, o Talibã a apedrejou e ela morreu. Estabeleci uma nova agência de notícias como um lembrete para não esquecê-la nunca.

É uma coisa linda pegar tanto horror, tanta dor e honrar outras mulheres dessa maneira. Tenho certeza de que você tem opiniões sobre algumas coisas boas que foram feitas pela comunidade internacional, mas quando vi as negociações sob o governo Trump, sem mulheres afegãs, senti que era um sinal muito ruim de que estávamos começando a recuar sobre o que dissemos que não toleraríamos mais.

Sim. As negociações com o Talibã ocorreram apenas entre o governo Trump, sem representação do governo afegão ou das mulheres. Logo ficou claro que as demandas das mulheres afegãs não eram muito importantes para os EUA e seus aliados. Foi a última consideração. Agora, todas as mulheres afegãs perderam seus direitos, suas liberdades e sua esperança.

Qual seria a melhor maneira, para a comunidade internacional, de apoiar as mulheres agora?

Eles deveriam conversar com o Talibã sobre os direitos das mulheres no Afeganistão. E até que protejam os direitos das mulheres, o Talibã não deve ser reconhecido como governo pela comunidade internacional.

Eu sei que algumas pessoas estão tentando sugerir que o regime do Talibã está diferente agora…

Eles não mudaram. Eles são um grupo extremista e fundamentalista. Eles não acreditam em direitos humanos. As pessoas podem ver que eles não mudaram. Eles estão torturando jornalistas e matando policiais.

Eu sei que isso não é o fim, porque o povo afegão continua avançando. Mas deve ser muito desafiador quando existe tanta luta. Eu sei que seu trabalho deve ajudá-la. Você tem uma visão sobre qual trabalho deseja fazer?

Eu levanto todos os dias e começo meu trabalho como editora. Recebo histórias de meus colegas muito corajosos no Afeganistão. Mesmo que estejam escondidos, eles estão trabalhando. Porque é nosso objetivo trabalhar para o nosso futuro. Estamos pedindo às mulheres que protestam, para que escrevam sobre suas experiências e compartilhem suas experiências. É muito doloroso e triste. Honestamente, não fazemos jornalismo simples hoje em dia; estamos tentando escrever pela nossa liberdade. Não podemos mais trabalhar como jornalistas. Não temos acesso à informação. Mas mesmo assim estamos trabalhando.

Você está fazendo uma diferença muito significativa. Eu realmente rezo para que haja um novo capítulo para você e todas as mulheres no Afeganistão, quando vocês terão conquistado seu direito à igualdade.

Jolie é editora colaboradora da revista TIME. É uma atriz vencedora do Oscar e diretora.

Fonte: TIME

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ENTREVISTAS » 2022 » TIME – ZAHRA JOYA (50X)

ACNUR/ Ativista/ Enviada Especial/ Trabalho Humanitário/ Ucrânia/ UNHCR

Jolie posta sobre guerra da Ucrânia no Instagram

27 de fevereiro de 2022

Na última quinta-feira, dia 24 de Fevereiro de 2022, a cineasta e Enviada Especial do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados – Angelina Jolie – fez uma postagem em seu perfil oficial na rede social Instagram e se manifestou sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia.

“Como muitos de vocês, estou orando pelas pessoas na Ucrânia. Meu foco, junto com os meus colegas da UNHCR (ACNUR), é que todo o possível seja feito para garantir a proteção e os direitos humanos básicos dos deslocados e refugiados na região. Já vimos relatos de vítimas e das pessoas que estão começando a fugir de suas casas em busca de segurança. É muito cedo para saber o que vai acontecer, mas o significado deste momento – para o povo da Ucrânia e para o Estado de Direito Internacional – não pode ser exagerado.”

Na postagem seguinte, Jolie compartilhou um vídeo da UNHCR e escreveu:

“Meus colegas do UNHCR enviaram este vídeo da Moldávia, na fronteira com a Ucrânia. Mais de 50.000 pessoas fugiram da Ucrânia em menos de 48 horas.”

O clima de tensão entre Rússia e Ucrânia evoluiu para o tão temido conflito armado na última quinta-feira (24). Sob as ordens do presidente russo, Vladimir Putin, as tropas russas iniciaram a operação de invasão à Ucrânia. Os primeiros ataques foram orquestrados por terra, ar, mar, e já causaram diversos estragos. Mais de 50.000 pessoas fugiram da Ucrânia em menos de 48 horas.

Fonte: Instagram | Isto É