Fake News/ Notícias Falsas/ Trabalho Humanitário

Angelina Jolie não recebeu pagamento para ir à Ucrânia

17 de fevereiro de 2025

Na última semana, Elon Musk, Donald Trump Jr., e diversos perfis nas redes sociais compartilharam o vídeo de uma notícia divulgada pelo “E! News”, através da qual é relatado que a agência humanitária dos EUA teria pagado milhões de dólares a celebridades, incluindo Angelina Jolie e Ben Stiller, para visitar a Ucrânia e ajudar a aumentar a popularidade do presidente Volodymyr Zelensky em meio à guerra do país com a Rússia.

“Você sabia que a USAID gastou o dinheiro dos seus impostos para financiar viagens de celebridades à Ucrânia, tudo para aumentar a popularidade de Zelensky entre os americanos?”, diz uma publicação compartilhada no dia 5 de fevereiro de 2025 pela conta conservadora “I Meme Therefore I Am”, que já espalhou desinformação anteriormente, no “X” (antigo Twitter).

O bilionário Musk, encarregado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de reformular o governo federal, repassou o vídeo para os seus mais de 216 milhões de seguidores na plataforma.

Trump Jr., filho mais velho do presidente, e Sidney Powell, ex-advogado de Trump que desempenhou um papel descomunal em seus esforços para anular os resultados da eleição de 2020, também compartilharam o vídeo.

O clipe de 36 segundos é simulado na forma de uma reportagem em vídeo do “E! News”, inclusive com o logotipo do referido website de notícias sobre entretenimento. O vídeo afirma que a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) “patrocinou visitas de celebridades americanas à Ucrânia após o início da invasão em larga escala da Rússia” para “aumentar a popularidade de Zelensky entre o público estrangeiro, especialmente nos Estados Unidos”.

Especificamente, alega que a agência pagou US$ 20 milhões a Angelina Jolie, US$ 5 milhões a Sean Penn, US$ 8 milhões a Orlando Bloom, US$ 4 milhões a Ben Stiller e US$ 1,5 milhão a Jean-Claude Van Damme — cujo nome está escrito incorretamente.

As postagens compartilhando a suposta notícia geraram milhões de engajamentos no “X” e em outras plataformas. A publicação se espalhou ainda mais quando Musk anunciou a decisão do novo governo de fechar a USAID – uma agência gigantesca que há décadas financia programas de saúde e emergência, bem como iniciativas que promovem a democracia em cerca de 120 países, incluindo as regiões mais pobres do mundo.

O website oficial da agência já havia sido retirado do ar e os funcionários foram afastados, o que gerou preocupações sobre a legalidade das ações de Musk e o impacto sobre as pessoas ao redor do mundo que se beneficiam de programas vinculados à USAID.

Porém, o vídeo e a história contida nele “não são autênticos e não foram originados do E! News”, disse um porta-voz do website à AFP em um e-mail enviado no dia 5 de Fevereiro.

Embora cada um dos atores citados no clipe tenha estado na Ucrânia, não há nenhuma evidência de que a USAID tenha enviado dinheiro para eles.

‘Mentiras vindas da mídia russa’

Jolie, uma grande doadora para esforços humanitários em todo o mundo, visitou a Ucrânia no mês de Abril de 2022. Na época, ela ainda trabalhava como Enviada Especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR), mas fez a viagem a título pessoal, segundo relatório de um porta-voz da ONU.

Sean Penn também viajou ao país em 2022 enquanto filmava um documentário sobre a guerra e Zelensky. Ben Stiller conheceu o líder ucraniano no mesmo ano, durante uma visita como Embaixador da Boa Vontade da Agência de Refugiados das Nações Unidas. Já Orlando Bloom o conheceu em 2023 como Embaixador da Boa Vontade da UNICEF. Ainda no ano de 2022, Jean-Claude Van Damme foi ao país “para levar uma mensagem de esperança e paz”, de acordo com seu canal no YouTube.

Através de uma publicação no “X”, Stiller respondeu ao vídeo viral dizendo que pagou por sua visita à Ucrânia em 2022, sem dinheiro da USAID e “certamente sem receber pagamentos pessoais”. “Essas são mentiras vindas da mídia russa”, disse Stiller. “Eu financiei completamente minha viagem humanitária para a Ucrânia. Não houve financiamento da USAID e certamente nenhum pagamento de qualquer tipo. Esse vídeo é 100 por cento falso.”

A agência da ONU para refugiados disse em uma declaração no dia 6 de fevereiro que Stiller “não é remunerado por seu trabalho com o ACNUR e financia sua própria viagem”.

As Diretrizes da ONU para a Designação de Mensageiros da Paz e Embaixadores da Boa Vontade preveem que: “Os Mensageiros da Paz e Embaixadores da Boa Vontade não receberão salário, embora um pagamento simbólico de US$ 1 por ano ou equivalente possa ser concedido a eles”.

Em uma declaração do 6 de Fevereiro, o advogado de Penn, Mathew Rosengart, também disse à AFP que as alegações do vídeo sobre a USAID ter pago o ator são “completamente falsas, e é perigoso e irresponsável que qualquer um regurgite essa propaganda e essas falsidades. O financiamento da USAID nunca foi usado para pagar a viagem de Sean Penn à Ucrânia; o Sr. Penn financiou sua viagem por conta própria. Se essas declarações falsas, imprudentes e difamatórias continuarem, o Sr. Penn tomará todas as medidas legais cabíveis.”

A AFP não encontrou evidências de pagamentos da USAID a nenhuma das celebridades mencionadas no website “usaspending.gov” – uma fonte oficial de dados abertos que compila informações sobre gastos federais.

Darren Linvill, codiretor do Media Forensics Hub da Clemson University, disse no dia 5 de Fevereiro que a suposta reportagem do E! News “tem todas as indicações de ser um vídeo fabricado pela Rússia, plantado e espalhado usando métodos já conhecidos.” Linvill disse ainda que alguns dos primeiros perfis a compartilhar o clipe no “X”, frequentemente circulavam desinformação originada de um grupo de propaganda russo que os pesquisadores apelidaram de Storm-1516. O vídeo também se espalhou nos canais russos do Telegram e no Pravda, um site de mídia estatal da Rússia, descobriu a AFP.

Andriy Yermak, chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, postou no “X” que o último clipe sobre a USAID pagando celebridades é “um completo absurdo”.

A AFP entrou em contato com representantes de Jolie, Bloom e Van Damme, mas não obteve resposta.

• Fonte: AFP

Entrevistas

Angelina Jolie concede entrevista ao jornal ‘El Mundo’

15 de fevereiro de 2025

Na última quinta-feira, dia 13 de Fevereiro de 2025, o website oficial do renomado jornal espanhol, “El Mundo“, compartilhou uma entrevista exclusiva com nossa musa inspiradora – Angelina Jolie, através da qual a atriz falou sobre seu novo filme, “Maria Callas. Confira a matéria completa abaixo, traduzida pelo Angelina Jolie Brasil.

Por Luca Mastrantonio

Maria Callas era o rouxinol sublime que Aristóteles Onassis queria trancar em uma gaiola dourada. Ela também era uma tigresa indomável.

Maria era a nêmesis de “La Callas”, foi a semideusa e a mulher, a filha estuprada, a mãe fracassada, a criatura muito humana dotada de um dom heróico, e de uma voz que lhe escapava pelas mãos. Sua perda anunciou o fim. “Maria Callas”, o filme dirigido por Pablo Larraín, conta a história dos últimos dias de Maria Callas em Paris ao lado de seus dois funcionários de confiança (interpretados por Pierfrancesco Favino e Alba Rohrwacher), seus cães e um jovem entrevistador que brinca, como se fosse um gato com uma bola de lã, com as memórias que a personagem de Callas desenrola e rola, emaranha e corta.

Memórias vívidas, sonhos desfeitos, alegrias e arrependimentos de uma vida vivida para a ópera e marcada pelo desejo de ser amada. Amada, sobretudo, por Aristóteles Onassis, um magnata irresistível e um homem possessivo. São essas as ideias em torno das quais gira a interpretação de Angelina Jolie, retratando Maria Callas de corpo e alma, em seu físico atormentado, em sua voz inexplicável, em seus olhos colados nas grossas lentes de seus óculos, como peixes em uma bola de cristal.

A nível pessoal, com qual aspecto de Maria Callas você mais se identificou?

O que mais me envolveu foi o seu amor pelo seu trabalho; ela levava a música muito a sério. Ela era extremamente disciplinada em seu ofício. Eu também sou uma pessoa muito trabalhadora. E, em um nível pessoal, também conheço a solidão de ser alguém que luta consigo mesma. Alguns podem pensar que é por meio da arte que somos compreendidas mais profundamente pelos outros, mas a realidade é que passamos muito tempo nos sentindo sozinhas.

O que você narra, parece uma variação da síndrome do impostor. Mas no caso de Maria Callas pode ter sido mais uma ideia obsessiva da perfeição.

Para ela foi assim, sim. Não é o meu caso. Ela e eu fomos criadas de formas muito diferentes. Eu tive sorte de ter uma mãe que me criou para sentir que, se eu não fosse perfeita em alguma coisa, ela me amaria de qualquer jeito, com todos os meus defeitos. Minha mãe era gentil e calorosa. A mãe de Maria Callas era completamente o oposto. Acho que desde pequena Maria foi informada de que ela não valeria nada se não fosse perfeita. Ter a presença perfeita, emitir um som perfeito, construir uma voz perfeita, um corpo perfeito, uma aparência perfeita… Ela nunca sentiu que o que fazia era suficiente. Ela viveu sua vida e sua obra sob dolorosa pressão. A verdadeira família de Maria Callas, no filme, é aquela que lhe é oferecida por seus dois funcionários. Bruna e Ferruccio. Ferruccio é como se fosse um amigo de confiança, mas não um confidente, um pouco marido e um pouco pai, mas sem intimidade ou autoridade. Com Bruna há mais cumplicidade e espontaneidade. As duas personagens compartilham uma cena na cozinha da casa. Maria canta e pede a Bruna um julgamento crítico sincero.

Você teve, talvez no começo da sua carreira, alguém como a Bruna? Uma pessoa em cujo julgamento você confiava totalmente? Não porque ela era uma especialista, mas porque ela realmente sabia ouvir.

Minha mãe era essa pessoa. Ela queria ter sido atriz e havia desejado isso intensamente. E acho que foi por isso que me tornei atriz. Não era tanto o meu sonho, mas sim o dela, algo que ela não conseguiu realizar. Aos 25 anos, ela se divorciou do meu pai e ficou com dois filhos pequenos. Então ela adaptou sua vida ao que tinha. Ela adorava passar muito tempo comigo, conversando sobre teatro, me levando para assistir peças, falando sobre o processo criativo… Minha mãe estudou com Lee Strasberg e era uma artista maravilhosa, mas nunca teve a oportunidade de viver uma vida artística.

Você, por outro lado, conseguiu. Você se lembra de um momento em que sua mãe percebeu que sua carreira estava decolando?

Não sei se houve um momento específico, mas acho que ela ficou feliz comigo e por mim. E era isso que importava. Passei boa parte do início da minha carreira pensando em fazê-la feliz. Era como se ela estivesse respirando através de mim e estivesse feliz em me ver. Eu acreditava que viver como artista era uma das melhores vidas que alguém poderia ter, viver com criatividade.

Existe algum filme seu que tenha causado impacto nela? Talvez Garota, Interrompida, um dos primeiros.

Não há nenhum em particular, minha mãe morreu há vários anos, ela só viu o começo do meu trabalho. E o engraçado é que ela me disse que colocava meus filmes só para ouvir minha voz em casa.

Um pouco parecido como Maria Callas, que no filme coloca seus próprios discos para ouvir sua voz novamente…

Sim, de certa forma, como se eu fosse uma cantora.

Falando em conexões: no filme sentimos Aristóteles Onassis como um homem cujo magnetismo é irresistível para Maria Callas. Onassis é o homem que podia ter tudo o que quer. Era o seu grande amor. Mas ele também representava o risco de acabar trancada numa gaiola dourada. Você já conheceu um homem como Onassis?

Acho que nunca conheci um homem que me fez sentir do jeito que ela se sentiu com Onassis. Minha relação com os homens é… não sei. Nos últimos anos, tenho estado sozinha há muito tempo. É até estranho pensar nisso. Mas se deixarmos de lado as complexidades de Onassis, posso dizer que gosto de homens que têm esse nível de masculinidade. Onassis fez Maria sentir que poderia ser uma criança, que ela poderia ser terna, até mesmo pequena, porque ela tinha uma presença muito forte ao seu lado. Maria gostava daquela doçura, ela não via Onassis como uma gaiola, mas como alguém que lhe permitia se expressar. E tenho certeza de que ela gostava de sexo, ela gostava de ser mulher. E provavelmente foi preciso um tipo especial de homem para fazê-la se sentir assim.

No filme, Maria queima suas roupas de palco para romper com o passado. O que você queimaria?

Nada. Não sou de me apegar às coisas. Meus filhos zombam de mim porque eu dou muitas coisas. Costumo ter caixas cheias de coisas esperando para serem doadas. Meu armário é pequeno. Eu não tenho esse apego, não quero ser possuída pelas coisas. Enquanto meus filhos estiverem ao meu lado, nada importa. Se alguém me perguntar: “Se sua casa pegasse fogo, o que você levaria?”, eu respondo: meu passaporte. A liberdade de movimento é a verdadeira liberdade para mim.

• Fonte: El Mundo

Candids/ Los Angeles/ Los Feliz/ Paparazzi/ Vivienne

Angelina e Vivienne fazem compras em Los Feliz

14 de fevereiro de 2025

Nesta quinta-feira, dia 13 de Fevereiro de 2025, a mamãe mais famosa de Hollywood – Angelina Jolie – foi flagrada pelos paparazzis de plantão quando saía do mercado de produtos orgânicos, “Lazy Acres Market”, no bairro de Los Feliz, em Los Angeles, Estados Unidos.

Desta vez, a atriz de 49 anos estava na companhia da filha mais nova, Vivienne (16). Ambas foram fotografadas quando deixavam o estabelecimento e caminhavam em direção ao carro levando sacolas de compras.

Várias fotos foram adicionadas em nossa Galeria. Clique em qualquer uma das miniaturas abaixo para ter acesso ao álbum.


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Candids » 2025 » 13/02/25 (35x)
Entrevistas/ Photoshoots/ Revistas & Scans

Angelina Jolie estampa capa da revista “Backstage”

12 de fevereiro de 2025

Nesta terça-feira, dia 11 de Fevereiro de 2025, a revista Backstage compartilhou em seu website oficial a capa de sua edição do dia 13 de Fevereiro, que traz nossa musa inspiradora – Angelina Jolie.

A atriz também concedeu uma entrevista exclusiva e falou sobre o filme “Maria Callas”. Confira a matéria completa abaixo, traduzida pelo Angelina Jolie Brasil.

Por Vinnie Mancuso

Não muito tempo atrás, Angelina Jolie se viu relembrando momentos em um estúdio de tatuagem. O zumbido das agulhas a levou de volta para o início de sua carreira, quando ela ouviu alerta após alerta de que ter a pele tatuada limitaria suas oportunidades como atriz.

“Quando você trabalhar, eles terão que cobrir isso, e você está assumindo um compromisso”, ela se lembra de ter ouvido. Foi mais ou menos na época em que ela estreou como a cyberpunk Acid Burn no filme dirigido por Iain Softley lançado em 1995, “Hackers – Piratas de Computador”. “Mas também há algo sobre ser atriz onde, muitas vezes, espera-se que você se torne uma tela em branco entre as personagens. Você quase tem que se manter um ser indefinido para poder se transformar em coisas diferentes.”

Mas Jolie, que nunca foi de dar ouvidos a avisos, viu a situação de forma diferente. Para ela, as tatuagens sempre foram algo pessoal — até mesmo vital — em sua vida como artista. “Foi uma das muitas coisas que fiz na minha vida que eram separadas dos filmes e de estar diante das câmeras — era eu e não uma personagem”, diz ela.

“Então eu não estava apenas sendo uma folha em branco, mesmo que literalmente. Ter um eu é muito importante quando grande parte do seu trabalho é se transformar em outros eus”, ela continua.

Com mais de vinte tatuagens, duas indicações ao Oscar por suas atuações (e uma vitória, pelo filme “Garota, Interrompida”, de 1999) e arrecadando quase US$ 6 bilhões nas bilheterias posteriormente, essa distinção entre o pessoal e o profissional continua muito importante quanto sempre. Isso é especialmente verdade agora que ela embarca em uma turnê de retorno depois de estrelar o papel principal em “Maria”, dirigido por Pablo Larraín, no qual ela interpreta a cantora de ópera, Maria Callas, que mudou uma cultura no final de sua vida.

O drama da Netflix — que rendeu a Jolie uma ovação de pé de oito minutos no Festival de Cinema de Veneza, bem como indicações ao Globo de Ouro e aos Critics Choice Awards — marca o primeiro papel importante da atriz depois de vários anos. “Maria” é o primeiro projeto desde o drama de Clint Eastwood lançado em 2008, “A Troca”, a colocá-la sob os brilhantes holofotes de uma temporada de premiações. (Em dezembro, ela fez sua primeira aparição, em uma década, no programa de televisão “The Tonight Show Starring Jimmy Fallon.”)

“Estou entrando e saindo disso”, ela diz com um sorriso, referindo-se ao recente turbilhão de aparições no tapete vermelho e entrevistas. “Sempre abordei dessa forma. Você só faz alguns [eventos], depois vai para casa e não deixa que isso se torne algo muito central na sua vida. Foque na arte. É muito importante não levar tudo muito a sério e deixar que isso consuma seus dias ou seu trabalho.”

O trabalho, para Jolie, é o aspecto mais pessoal de todos. Ela se desculpa, de forma encantadora, diversas vezes durante nossa conversa por não ter palavras para descrever o que ela faz antes e depois que o diretor diz “ação”. É instintivo; não é planejado. Embora tenha formação formal no Método de Lee Strasberg, que recorre à memória sensorial para criar performances vividas, Jolie prefere adotar uma abordagem mais indefinível.

“Para mim, atuar não é tanto uma questão de exigir uma habilidade para fazer um trabalho, mas sim de se tornar um ser humano mais afinado e sensível — estudar o comportamento humano e trabalhar em comunidade com outras pessoas criativas”, explica ela. “Essa vida criativa vem da vida real e não tanto de uma aula que você possa assistir.”

Jolie retorna a essa frase com frequência: “a vida criativa”. Para ela, aquilo que atrai você como pessoa, informa quem você se torna na tela. “Muitos artistas são pessoas muito sensíveis emocionalmente e têm necessidade de se comunicar com os outros”, diz ela. “Você sente que precisa fazer essa pergunta sobre a vida, ou morte, ou tristeza, ou loucura. Você quer entender algo sobre a vida ou sobre si mesma ou sobre outras pessoas. Muitas vezes, é uma vida mais complicada do que pode ser quantificada. Atuar é, eu acho, sobre permanecer um pouco cru como pessoa e ser capaz de deixar essas coisas transparecerem em você.”

É por isso que “Maria” apresentou um desafio tão grande — e a razão pela qual sua performance é tão notável. “Mais do que qualquer papel que já desempenhei, este exigiu equilibrar o técnico com o emocional”, diz Jolie.

No auge de sua fama nas décadas de 1940 e 1950, Callas era uma força da natureza no mundo da ópera. Ela era uma soprano extraordinária que, quase sozinha, revitalizou o interesse do público pelo estilo clássico do bel canto por meio do poder absoluto de sua voz e presença de palco.

No entanto, perseguida pela imprensa por seu temperamento supostamente volátil e por acusações de declínio vocal a partir do final da década de 1950, a ex prima donna viveu seus últimos dias sozinha. Jolie se identificou com a ideia de uma mulher imensamente talentosa que foi gradualmente desgastada pelo escrutínio implacável da mídia. Ela absolutamente não se identificava, entretanto, com o fato de ser uma cantora de ópera de classe mundial.

Para chegar a esse ponto, Jolie passou sete meses fazendo aulas com o treinador vocal, Eric Vetro, o gênio musical que também trabalhou com Timothée Chalamet em “Um Completo Desconhecido” e Ariana Grande em “Wicked”. “Na minha primeira aula de canto, comecei a chorar”, Jolie relembra. “O Eric disse: ‘Respire fundo, profundamente, deixe tudo relaxar e deixe um som completo sair.'”

Ela logo descobriu que a linha entre o técnico e o emocional não era tão ampla quanto ela pensava. “As emoções fluíram, porque acho que todos nós guardamos muitas coisas em nossos corpos, em muitos lugares”, diz ela. “Eu começava a cantar e, para mim, tudo era novo. Quando descobri que era soprano, fiquei chocada. Quando atingi a nota alta pela primeira vez, fiquei atordoada e apenas olhei para o treinador.”

Jolie não estava aprendendo apenas com Vetro, mas com a própria Callas. A cantora deixou centenas de gravações — apresentações completas, árias e até uma série de master classes que ela conduziu na Juilliard entre 1971 e 1972. Ao longo de dezenas de sessões de audição sozinha no escuro, Callas ensinou Jolie a ser Callas.

“Isso exigia algo com o qual eu não estava familiarizada”, diz a atriz. “E descobri que não conseguiria fazer isso se não tivesse seguido o conselho [de Callas] de aprender o básico, aprender italiano e aprender música. Obrigue-se a não pensar emocionalmente ou a personalizar algo; faça o trabalho técnico com muita precisão que, quando estiver em ação, você possa fazer essa parte sem pensar.

“Maria” foi a introdução de Jolie à interpretação de uma colega artista, uma experiência que a levou a explorar seus sentimentos sobre sua própria arte e tudo o que vem com ela. “O filme em si é o estudo de uma artista, de alguém que viveu e realmente lutou muito como artista”, diz Jolie. “Ela era uma grande artista, mas não era amada por quem era fora do palco e morreu se sentindo muito atacada e muito sozinha. Ela fez algo excepcional, mas o processo de fazer aquilo nem sempre foi um prazer.”

Durante as filmagens de “Maria”, a atriz vivenciou um episódio surreal após o outro. Durante um momento de silêncio, Jolie se viu sentada no camarim do histórico Teatro alla Scala, de Milão, vestida como a heroína trágica da ópera “Anna Bolena”, de Gaetano Donizetti.

“A parte mais louca nem foi estar no palco, porque no palco você meio que abandona seu corpo quando algo está tão além de você”, diz Jolie. “Eu estava pegando fogo naquele camarim, sabendo que eu teria que descer e cantar naquele palco na frente das pessoas que trabalham no La Scala, que estão acostumadas a ouvir os sons mais maravilhosos do mundo.”

Tudo isso — a preparação, as performances, a irrealidade — culminou na cena final do filme; foi uma metáfora adequada para aquela mistura de habilidade e sentimento puro. Em 16 de setembro de 1977, dia da morte de Callas por ataque cardíaco, ela cantou uma última vez: uma interpretação estrondosa de “Vissi d’arte” de “Tosca”, de Giacomo Puccini, que foi alta o suficiente para ser ouvida das ruas de Paris. “Foi engraçado — bem, talvez não seja nada engraçado — mas percebi que não conseguia cantar e chorar ao mesmo tempo”, lembra Jolie.

“A questão toda de cantar ópera é que você tem que relaxar sua garganta e seu corpo, então forçar seus músculos e fazer o som passar dessa forma”, ela continua. “E quando você chora, todos esses mesmos músculos se contraem e param.” Enquanto pressionava bolsas de água morna contra a garganta, Jolie percebeu que tanto o sentimento quanto o canto precisavam vir de algum lugar mais profundo e menos cerebral: “Sabe aqueles momentos em que você chora e as lágrimas escorrem pelo seu rosto, mas você não está tenso?” A descoberta veio quando ela entendeu que a luta era o ponto – que naquela fase de sua vida, Callas estava tentando corresponder a uma versão idealizada de si mesma. Então Jolie, sentindo que sua voz não era suficiente, era exatamente o que a cena precisava.

“Foi muito estranho”, ela diz. “Estava além do meu nível de habilidade e era algo que eu realmente precisava alcançar — o que parecia certo para Maria, porque ela é quem ela é. Eu estava frequentemente na sombra dela e apenas tentando alcançá-la.”

Jolie deixou “Maria” com um imenso sentimento de gratidão. “Estou muito consciente de quão sortuda sou”, diz ela. “Sempre amei atuar; Sempre abordei da mesma maneira. Mas agora estou ainda mais grata por ter a chance de viver como artista e trabalhar com outros artistas. Foi um privilégio poder atuar com outras pessoas, compartilhar emoções. [Quando eu estava filmando] “Maria”, eu estava com quase 50 anos de idade e estava sentada com professores me ensinando uma habilidade que eu nunca pensei que aprenderia. Encontrar sua voz e cantar – que dádiva é isso e como é lindo comunicar isso ao público. Quando conheço alguém que se conectou com um filme que fiz, sinto-me menos sozinha neste mundo.”

A busca por criar conexões genuínas é o que continua empurrando Jolie para novos territórios criativos. No ano passado, ela ganhou seu primeiro prêmio Tony como produtora do vencedor de melhor musical “The Outsiders”. Ela também retornou à cadeira de diretora, após sete anos, para filmar o drama de guerra de 2024, “Without Blood”, estrelado por Salma Hayek. E ela continuou suas décadas de trabalho humanitário, fazendo uma viagem ao nordeste da África em setembro passado para encontrar refugiados deslocados pela guerra civil no Sudão.

Jolie acredita que a arte — especialmente a arte global — é “uma forma incrível de aprender uns sobre os outros. O que é ser humano? É a beleza do que fazemos. O pior é quando as coisas estão divididas, diferentes ou competitivas, ou simplesmente não se trata de compartilhar. Isso realmente estraga algo muito especial.”

Quanto aos seus próximos passos diante das câmeras, recentemente ela esteve filmando “Stitches”, de Alice Winocour, um drama ambientado no mundo da moda em Paris. E depois disso? “Maria” lhe deu o gosto de querer experimentar coisas novas. Recentemente, ela disse ao “Deadline” que queria tentar um papel de comédia direta, um gênero do qual ela se aproximou com projetos como “Malévola”, mas nunca abraçou totalmente.

“Há uma responsabilidade para com o público”, ela diz. “Há uma parte de mim como artista, é claro, que quer explorar todos os tipos de formas diferentes de contar histórias. Mas também estou muito consciente de onde pareço me conectar e onde talvez outra pessoa seria melhor. Para comédia, não tenho certeza se conseguiria entreter o público, fazê-lo rir e ser o que eles precisam que eu seja. É [sobre] a troca — é menos sobre o que eu quero fazer e mais [sobre] onde o público sente que você é eficaz.”

Esses são pontos perfeitamente válidos; mas acredito que ela provavelmente sentia o mesmo em relação ao canto antes de passar por sete meses de treinamento intensivo para encarnar uma das artistas de ópera mais influentes de todos os tempos. Jolie pensa nisso por um segundo e então me diz: “Sabe, eu nunca participei do ‘Saturday Night Live’. Sempre tive curiosidade, mas nunca me convidaram.”

Essa mudança imediata — essa centelha instantânea diante da perspectiva de um novo desafio — revela mais sobre quem Jolie é como artista, do que qualquer coisa que ela possa expressar em palavras. É uma curiosidade e uma resistência em que lhe digam o que é possível, que são tão permanentes quanto a tinta em sua pele.

“Bem”, ela diz como se tivesse acabado de decidir algo, “desafio aceito”.

Esta história estará originalmente na edição do dia 13 de Fevereiro da revista “Backstage”.

Fotografada por Victoria Will no Hotel Carlye em 12 de Novembro de 2024. Vestido por Gabriella Hearst. Brincos e anel por Erede. Cabelo por Massimo Serini. Maquiagem por Romy Soleimani. O styling foi feito pela própria Angelina. Capa desenhada por Andy Turnbull.

• Fonte: Backstage

 

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Ensaios fotograficos (Photoshoots) » 2024 » Victoria Will (10x)
Candids/ Knox/ Los Angeles/ Los Feliz

Angelina e o filho fazem compras em Los Feliz

9 de fevereiro de 2025

Neste sábado, dia 08 de Fevereiro de 2025, a mamãe mais famosa de Hollywood – Angelina Jolie – foi flagrada pelos paparazzis de plantão quando chegava ao mercado de produtos orgânicos, “Lazy Acres Market”, no bairro de Los Feliz, em Los Angeles, Estados Unidos.

Novamente, a atriz de 49 anos estava na companhia do filho mais novo, Knox Jolie-Pitt (16). Ambos também foram fotografados quando deixavam o estabelecimento e caminhavam em direção ao carro levando sacolas de compras.

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Eventos/ Premiações

Angelina Jolie participa dos Critics Choice Awards

7 de fevereiro de 2025

Na noite desta sexta-feira, dia 07 de Fevereiro de 2025, nossa musa inspiradora – Angelina Jolie – marcou presença na 30ª edição dos Critics Choice Awards, que aconteceu no Barker Hangar em Santa Monica, California, Estados Unidos.

Jolie foi indicada para concorrer ao prêmio de Melhor Atriz por seu trabalho no longa “Maria Callas”.

Ela disputou o prêmio ao lado de Cynthia Erivo, Karla Sofía Gascón, Marianne Jean-Baptiste, Mikey Madison e Demi Moore.

O filme “Maria Callas” também foi indicado para concorrer na categoria de Melhor Design de Figurino.

Para a premiação, Jolie optou em usar um longo vestido rendado de cor nude da coleção de Primavera 2025 da marca Elie Saab.

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Vídeo:

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Eventos » 2025 » Critics’ Choice Awards (??x)
Eventos/ Homenagens/ Prêmios

Jolie é homenageada no Festival de Santa Barbara

6 de fevereiro de 2025

Na noite desta quarta-feira, dia 05 de Fevereiro de 2025, nossa musa inspiradora – Angelina Jolie – marcou presença na 40ª edição do Festival Internacional de Cinema de Santa Barbara, na Califórnia, Estados Unidos.

Jolie foi a primeira atriz a ser homenageada nesta edição do Festival. Ela recebeu o prêmio Maltin Modern Master e se juntou a diversos outros atores anteriormente premiados como Jamie Lee Curtis, Nicole Kidman, Robert Downey Jr., Denzel Washington, Cate Blanchett, George Clooney e Christopher Plummer, e cineastas aclamados, incluindo Christopher Nolan, James Cameron, Clint Eastwood e Peter Jackson.

A atriz compareceu a uma cerimônia no Teatro Arlington, onde participou de uma retrospectiva de perguntas e respostas moderada por Leonard Michael Maltin – o crítico de longa data e participante do festival que teve o prêmio renomeado em sua homenagem no ano de 2015. Durante o seu longo e emocionante discurso, Jolie disse:

“Eu sou muito grata ao Festival Internacional de Cinema de Santa Barbara, Roger Durling, Ava DuVernay, Leonard… Obrigada. Obrigada pela conversa, por aquele momento. Foi muito especial. E acima de tudo, eu sou muito grata por fazer parte desta comunidade. Muitas pessoas passam pela vida sem uma válvula de escape criativa, como eu penso no caso da minha mãe. Ela teve que desistir de seus sonhos de uma vida criativa, mas que abraçou esse meu lado. Minha mãe escrevia cartas para minhas personagens. Querida Gia… Querida Lisa Rowe… Querida Lara Croft… Nos últimos 16 anos, eu não recebi essas cartas. Eu tento… Às vezes, eu tento imaginar o que ela escreveria agora. Ela, provavelmente, teria dito a Maria que a amava, porque Maria teve muitas coisas, mas nunca teve o amor de uma mãe. E eu não seria absolutamente nada sem o meu. Ela faleceu muitos anos atrás, nessa época do ano, então é sempre este clima que me faz lembrar dela. E esse sentimento, essa sensibilidade, que torna isso realmente difícil para mim, faz parte do que é o meu trabalho e do que conecta muitos artistas com seus trabalhos. Eu sei que não estou sozinha nisso. Um escritor disse uma vez que fazemos da discussão com os outros, retórica, mas da discussão conosco mesmos, fazemos poesia. Aqueles que são capazes de questionar, de explorar e de sentir profundamente junto com o público, que sente o mesmo que nós – como eu fiz essa noite – compartilham esse sentimento e são muito, muito afortunados. É um verdadeiro privilégio ser uma artista. Então obrigada. Obrigada por este prêmio. E, claro, esta noite eu estou pensando em muitas pessoas de nosso estado, que estão sofrendo e que perderam muito e também naquelas que deram muito, especialmente os bombeiros. Aqueles que arriscam suas vidas no trabalho, são de um tipo raro e temos muita, muita sorte e somos muito afortunados por viver entre eles. E penso também nas pessoas ao redor do mundo que perderam essa solidariedade e apoio. Será um momento muito devastador para muitas pessoas e espero que todos possamos concordar que não podemos tentar melhorar os sistemas, às custas da nossa humanidade. Obrigada por estarem aqui comigo essa noite. Tenham uma linda noite.”

O 40º Festival Internacional de Cinema de Santa Bárbara acontecerá até o dia 15 de Fevereiro.

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Vídeo:


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Eventos » 2025 » Festival de Cinema de Santa Barbara (115x)
Capturas/ Entrevistas/ Programa de Televisão/ Vídeo

Jolie participa do programa de tv “Beau Geste”

28 de janeiro de 2025

Na noite do último domingo, dia 26 de Janeiro de 2025, foi disponibilizada outra entrevista exclusiva com nossa nossa musa inspiradora – Angelina Jolie. A atriz participou do programa de televisão francês “”Beau Geste” e foi entrevistada por Pierre Lescure, ex-presidente do Festival de Cinema de Cannes.

Ela falou sobre seu novo filme, “Maria”, que chegará aos cinemas franceses no dia 05 de Fevereiro de 2025.

O drama biográfico acompanha a soprano grega, Maria Callas, enquanto ela se retira dos olhos do público e se muda para a cidade de Paris, após uma vida bastante glamorosa, porém tumultuada. O filme re-imagina os últimos dias de vida da cantora, enquanto ela luta com sua identidade e seu legado.

Já na manhã desta segunda-feira (27), também foi disponibilizada uma entrevista concedida por Jolie ao programa de rádio francês, “France Inter”, onde ela conversou com a apresentadora Léa Salamé e também falou sobre “Maria”.

Várias capturas foram adicionadas em nossa Galeria. Clique em qualquer uma das miniaturas abaixo para ter acesso ao álbum.

• Fonte: Beau Geste | France Inter

Vídeos:


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