Jolie visita o Equador em sua 1ª missão como Enviada Especial
23 de abril de 2012
Fonte: UNHCR
Lago Agrio, Equador, 23 de Abril (UNHCR)
Por Ariane Rummery
Angelina Jolie, fazendo sua terceira viagem para conhecer refugiados colombianos no Equador, pediu ao governo para manter a política de asilo aberta e manter sua tradição de ajudar as pessoas vulneráveis que precisam de ajuda. Ela disse que “como o 30º aniversário da Declaração de Cartagena se aproxima, é hora para comemorar a resistência das pessoas desabrigadas na região e renovar nosso compromisso com leis e políticas que oferecem proteção, segurança e uma chance para uma vida digna.” A declaração de Cartagena ampliou a definição de refugiado utilizada na América Latina e ofereceu nova abordagem para a proteção dos refugiados e novas soluções para a região. O pedido de Jolie foi feito neste fim de semana, durante sua primeira visita de campo como Enviada Especial do Alto Comissário, António Guterres. Angelina esteve no Equador para avaliar a situação das áreas urbanas e rurais para os refugiados da Colômbia onde, os quase 50 anos de conflito, deixaram cerca de 4 milhões de pessoas internamente desabrigadas. O Equador abriga cerca de 56.000 refugiados, sendo que cerca de 21.000 precisam de abrigo, além de receber 1.300 novos pedidos de proteção, por mês, feitos pelas pessoas que fogem da violência contínua na Colômbia. Muitos vivem em áreas pobres e remotas ao norte do país, próximas da fronteira.
A visita de dois dias de Jolie, começou no sábado em Lago Agrio, capital da província de Sucumbíos, ao norte do país. Ela visitou a cidade do petróleo no bairro de San Valentin, onde conheceu jovens refugiados colombianos e equatorianos que fazem parte de um grupo que recebe ajuda da UNHCR. Eles contaram sobre suas díficeis vidas em uma área onde os jovens são frequentemente alvos de recrutamento pelos grupos armados e traficantes. “Achei essas pessoas impressionantes e fiquei realmente comovida com a determinação delas em querer melhorar sua comunidade e fazer isso com suas próprias mãos,” disse Jolie. Ela discutiu a situação da juventude da área com o Prefeito de Lago Agrio, Yofre Poma, que executa uma série de programas escolares destinados a incutir um senso de responsabilidade nos jovens e facilitar a integração dos refugiados que compõem cerca de 13% da população da cidade. “Através destes programas, o prefeito está mantendo a cultura de tolerância para com as pessoas vulneráveis que já sofreram tanta violência,” disse Jolie.
No domingo, a Enviada Especial da UNHCR visitou também duas remotas comunidades de refugiados ribeirinhas que ficam na área da fronteira norte do Lago Agrio. Ela voltou, depois de dois anos, ao povoado de Barranca Bermeja, às margens do Rio San Miguel, e conheceu membros da associação das mulheres local que também recebe ajuda da UNHCR. Os refugiados falaram sobre a necessidade de melhorar o acesso, dizendo a Jolie que de acordo com os atuais regulamentos governamentais, eles precisam viajar até Lago Agrio pessoalmente para renovar seus documentos de refugiado. Na ausência de um serviço público de ônibus e de boas estradas, esta viagem custa meses de sálario – um enorme fardo.
Jolie também visitou a comunidade de Providencia, que abriga cerca de 24 famílias afro-colombianas de refugiados. “É extraordinário que essas pessoas estejam sozinhas por 14 anos.” Apesar das dificuldades em Providencia, Jolie encontrou pessoas inspiradoras, e disse “Se não tivessem encontrado segurança no Equador, elas provavelmente não estariam vivas. Ninguém quer ser um refugiado, ninguém quer deixar sua casa. Ninguém quer viver em uma terra emprestada, ter que implorar por um visto todos os anos, e não ser capaz de saber como sua vida, ou como a vida de seus filhos, vai ser ou se podem ter empregos e ajuda médica.” Jolie ressaltou também que “é muito importante que a UNHCR e o governo de Equador venham aqui e proporcionem ajuda. Mas é também importante que nós ajudemos as pessoas locais a entender o que é ser um refugiado, da onde vieram, pelo o que já passaram e quais são suas intenções. E eles tem como intenções, simplesmente, estarem seguros e ter uma vida decente com suas famílias.”
Também no domingo, a Enviada Especial reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño (e altos funcionários do governo), para discutir sobre a proteção aos refugiados no Equador, em nome da UNHCR. Ela pediu ao ministro para que garantisse que seu governo continuasse com a longa história do Equador em proteger os refugiados e que as pessoas que necessitam de proteção pudessem acessar seus direitos. Ela disse que a UNHCR poderia reconhecer a contribuição do Equador em proteger os refugiados, de acordo com a nova campanha de conscientização que recebe o titulo, “Gracias Equador.” Jolie foi nomeada como Enviada Especial do Alto Comissário, António Guterres, no ínicio deste mês.
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