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Angelina Jolie é capa da revista CR Fashion Book

20 de setembro de 2024

Nesta sexta-feira, dia 20 de Setembro de 2024, a revista CR Fashion Book compartilhou em seu website oficial a capa de sua edição de número 25, que traz nossa musa inspiradora – Angelina Jolie.

Além de uma nova entrevista, a revista publicou também um novo ensaio fotográfico exclusivo registrado por Luigi & Iango. Confira a matéria traduzida na íntegra pelo Angelina Jolie Brasil, com contribuição do nosso colaborador Gui Milk.

Esta é uma nova temporada para Angelina Jolie. Ela foi recém aplaudida em pé durante oito minutos no Festival Internacional de Cinema de Veneza por interpretar Maria Callas em seu mais novo filme, “Maria”, dirigido por Pablo Larraín.

Além disso, a atriz filantropa e criativa também está trabalhando na construção de um coletivo criativo em seu estúdio e marca de moda em Nova York, Atelier Jolie, e encontrando novas maneiras de “sair fora da caixa”.

Carine Roitfeld: O que te inspirou a começar o Atelier Jolie e por que agora?

Angelina Jolie: Minha intenção era construir um espaço – uma casa, na verdade – onde as pessoas pudessem criar e se inspirar. A casa é formada por artistas e designers de todo o mundo e, em sua essência, está um convite para se envolver novamente no design e construir uma comunidade.

Como você imaginou o Atelier Jolie se mesclando entre grife e coletivo criativo?

Não parece uma mescla, mas sim uma homenagem à individualidade e à celebração do espírito da expressão pessoal. Sempre adorei fazer e projetar junto com os brilhantes alfaiates, figurinistas e modelistas que tive o privilégio de conhecer ao longo da minha carreira. Eu queria construir um coletivo com artistas e designers que me inspirassem e estivessem criando de uma forma que desafiasse o consumo excessivo. Simon Ungless é um belo exemplo disso; ele se juntou a nós no ateliê para compartilhar seu artesanato e designs com nossos convidados e até estampou algumas das peças que desenhei enquanto ele estava ensinando. Zolay Sherzad, fundadora e diretora criativa da marca afegã Zarif, desenhou e bordou a jaqueta vista na capa desta revista, com sua rede de artesãos afegãos. A peça faz parte de uma coleção cápsula que mostra esta bela técnica, o design e a cultura daquele país. É emocionante ver o que acontece quando os artistas colaboram. Há apenas uma regra para nossos hóspedes residentes: eles não podem criar apenas para si mesmos. Eles têm que contribuir para a comunidade, comercializar, ensinar ou entreter.

Como você quer que o Atelier Jolie seja visto?
Espero que não seja apenas visto, mas sim experienciado como um lar para artistas e que seja compreendido. Quando nossas portas estão abertas, convidamos todos a virem criar.

O que torna a sustentabilidade não apenas uma tendência, mas uma declaração rebelde na indústria da moda?

Ao longo dos anos, vi a moda ser ditada pelas tendências e ungida como árbitro do gosto. Mas olhar para dentro e se vestir para si mesma — para realmente se expressar com criatividade e desenvoltura — é uma rebelião útil nesta era moderna. O terno modular do Atelier Jolie visto nesta edição, que é feito de estoque morto, é um item básico da coleção e inclui colarinhos substituíveis. Foi feito para ser personalizado; para se criar um novo visual, novas peças podem ser adicionadas ou ajustadas, em vez de comprar um novo terno ou um novo vestido.

Os esforços humanitários definiram seu impacto no mundo. O que te inspirou a se envolver com este trabalho?

Minha mãe era uma pessoa muito global e atenciosa, que muitas vezes falava comigo sobre injustiça. Quando eu tinha vinte e poucos anos, comecei a viajar e percebi o quanto não havia sido ensinada na escola ou não tinha conhecimento. Então, comecei minha educação, ou melhor, minha reeducação. Comecei a viajar para áreas de conflito e pós-conflito. Ouvi. Aprendi. Minha visão de mundo é muito moldada pelas famílias de refugiados e tenho muito respeito por elas. Eu odeio quando vejo a mídia e os políticos usando essas famílias para seu próprio ganho. Ninguém escolheria ter aquela vida. Por este motivo, somos honrados por ter o “Eat Off Beat” em nosso ateliê. Eles formam um coletivo de chefs refugiados e é maravilhoso trabalhar com eles.

Como você se mantém informada e engajada com as comunidades com as quais trabalha?

Fazer parte de um [coletivo] criativo global é um sonho meu e tenho a sorte de conhecer muitos desses artistas pessoalmente.

Com relação à sua carreira de atriz, quais foram os papéis que você interpretou que você sente que marcaram sua carreira?

Eu não sei. Acho que o primeiro roteiro que escrevi significou mais para mim como artista. Há também minha experiência dirigindo “Invencível”, antes do Louie Zamperini falecer, ou “Primeiro Mataram Meu Pai”, que fiz para minha querida amiga sobre sua infância. Atuar é difícil de mensurar para mim, pois quando estou desempenhando um papel, estou dentro dele e é mais difícil pensar sobre isso.

Existe uma performance em particular que você agora vê de forma diferente, talvez com mais sabedoria ou uma compreensão mais profunda?

Não penso com frequência no passado e não assisti alguns dos meus filmes. Eu amo o processo mais do que o resultado, às vezes. Os filmes em que retratei pessoas reais sempre significam mais porque há uma maior responsabilidade. Às vezes, quando vejo o clipe de um filme antigo, é como ver um filme caseiro e lembrar de lugares e amigos.

De que forma seu trabalho por trás das câmeras influenciou suas escolhas e performances na frente dela?

Depois de dirigir, tive mais compreensão sobre cada membro da equipe e suas necessidades. Espero poder dar mais ao processo geral nos sets, depois de entender mais profundamente as outras partes.

Qual é o mantra pelo qual você vive?

Não tenho um lema, mas a liberdade sempre foi importante para mim. Para mim e para os outros.

Na sua opinião, o que você acha que significa ser uma pessoa verdadeiramente criativa?

Acho que todo mundo tem o potencial de criar. Criar é viver. Mas criar algo novo, que vem de dentro, é uma coisa especial. É também a capacidade de “sair fora da caixa” e encontrar algo que mova os outros emocionalmente ou os faça pensar.

Você ainda se sente punk? Você se considera um rebelde agora?

Se punk significa “não seguir”, mas questionar, então suponho que sim. A resistência em ouvir como pensar, como vestir ou como sentir é importante para mim.

Eu sei que nós duas somos muito voltadas para a família. Qual é a lição que seus filhos lhe ensinaram?

Há muitas para contar ou nomear. Mas no momento em que você se torna mãe, você nunca mais é a primeira. Sua vida passa a ser do outro. É uma sensação linda.

Qual é a paixão que você tem que ninguém conhece?

Política externa. Suponho que seja por isso que dirijo os filmes que faço. Mas também gosto de ser boba e adoro uma boa comédia stand-up.

Acabei de começar minha jornada da tatuagem. Você pode me contar sobre sua tatuagem mais recente e o significado dela?

Eu fiz “Stay Gold” com minha filha Viv durante nosso tempo com o musical “The Outsiders”. Significa muito para nós, tanto separadamente como também juntas. Há também um pássaro que compartilho com alguns dos meus filhos que é algo pessoal para nós.

De que forma você se preparou para interpretar Maria Callas?

Pablo esperava que eu realmente trabalhasse muito, muito duro. E ele esperava que eu cantasse. Entrei nas aulas seis ou sete meses antes… ele esperava que eu aprendesse, que eu cantasse de verdade, tivesse aulas de italiano, entendesse e estudasse ópera, mergulhasse completamente e fizesse o trabalho. É claro que, para “Maria”, não havia outra maneira. Mas foi muito mais do que isso, foi entender Maria Callas e poder interpretar a personagem. A música era sua vida, sua relação com sua voz e seu corpo, sua capacidade de cantar, sua presença no palco e sua comunicação com o público, eram sua vida. Era a chave para ela também.

Como você se conectou com ela em um nível emocional mais profundo?

Fiquei sentada no escuro por horas, frequentemente ouvindo sua música. Ela é sua música e através disso você pode começar a conhecê-la e senti-la, se você a deixar entrar. Pessoalmente, eu me conectei com sua vulnerabilidade.

Considerando que você nunca tinha cantado antes, como foi passar por sete meses de treinamento em ópera?

De certa forma, era a terapia que eu não sabia que precisava. Eu não tinha ideia do quanto eu estava segurando minhas emoções e não deixando sair. Então, o desafio não foi apenas técnico, foi uma experiência emocional ao encontrar minha voz, estar em meu corpo, me expressar. Você tem que entregar cada parte de si mesma. Quando cantores de ópera expressam dor, não é algo raso, é algo muito profundo. É tudo o que você tem. Exige todo o seu corpo e exige que você esteja emocionalmente plena, muito aberta e alta, com a voz mais alta possível. Ao fazer isso, você percebe o quanto pode se prejudicar por não sentir e não expressar plenamente o que carrega em seu corpo.

A edição de número 25 da revista CR Fashion Book estará disponível no dia 28 de Outubro.

Fotógrafos: Luigi e Iango (@luigiandiango); Moda e editora-chefe: Carine Roitfeld (@carineroitfeld); Estilista: Natasha Devereux (@natasha_r_devereux); Cabelo: Renato Campora (@renatocampora) usando Maria Nila; Maquiagem: Raoul Alejandre (@raoulalejandre) usando Tom Ford Beauty; Unhas: Nin Peng (@sreyninpeng); CEO: Vladimir Restoin Roitfeld (@vladimirrestoinroitfeld); Diretora criativa: Emmanuelle Levesque (@e.mman); Diretora editorial: Natalie Shukur (@natalieshukur); Diretora digital e editora de impressão: Vienna Vernose (@viennavernose); Produtor executivo: Alexey Galetskiy (@alexeyg); Elenco: Jill Demling (@jilldemling); Direção de arte: Guillaume Lauruol (@guillaumelauruol); Assistente de moda: Andrea Ottaviani (@andreaetlou); Assistente executiva: Louise Naudinat (@louisenaudinat); Assistente digital: Carly Witteman (@carlymaewitteman); Gerente de estúdio: Francisco Betancourt (@betancisco); Equipe de fotografia: Tutu Lee, Andrew Dorward, Kwesi Mark; Tecnologia digital: Amanda Yanez; Designer de cenário: Isaac Aaron (@itsisaacaaron); Dançarino: Alex Tho (@alextttho); Equipe de moda: Rocky Tate, Madeline Issa; Costureira: Oxana Sumenko (@osumenko); Assistente de maquiagem: Alisa Yasuda (@alisa_yasuda); Assistente de elenco: Maddie Kelly (@maddiekellyx); Assistente: Glenda Thompson; Equipe de produção: Ryan Fahey (@ryancfahey), Ivan Shentalinskiy (@shentalinskiy.feklenko), Grace Sundarathiti (@grace.thiti).

• Fonte: CR Fashion Book

 

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