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Angelina Jolie é capa da revista Vogue Japão

27 de maio de 2024

Nesta segunda-feira, dia 27 de Maio de 2024, a revista Vogue do Japão compartilhou em seu website oficial a capa da edição do mês de Julho, que traz nossa musa inspiradora – Angelina Jolie.

Além de uma nova entrevista, a revista publicou também um novo ensaio fotográfico exclusivo registrado pelo fotógrafo Takuya Uchiyama.

As fotos provavelmente foram registradas no mês de Fevereiro, quando Jolie visitou o Japão como Madrinha do programa “Women For Bees”. Confira a matéria completa abaixo, traduzida na íntegra pelo Angelina Jolie Brasil:

Por Vogue Japão

A atriz, cineasta, humanitária e mãe, Angelina Jolie é tão multifacetada quanto magnética e vem cativando seu público há quatro décadas.

Como fundadora da marca “Atelier Jolie” na cidade de Nova York, esta mulher de 48 anos também está cada vez mais ativa no ramo da moda sustentável e, nos últimos anos, tem voltado cada vez mais sua atenção para a importância da arte – algo que fez do Japão, com a sua rica história de fabricantes, um destino chave.

Para celebrar o seu apreço pela arte japonesa e para oferecer à atriz uma visão mais profunda do país, a Vogue Japão convidou Jolie para uma viagem com curadoria a Tóquio, Osaka e mais além, buscando mergulhar na mistura única de tradição e inovação que definem a cultura japonesa.

Em entrevista com Tiffany Godoy, chefe de conteúdo editorial da Vogue Japão, as duas conversaram abertamente sobre as experiências de Jolie no país, sobre seu extenso trabalho humanitário, sobre um desconforto contínuo com relação às celebridades e a importância de encontrar apoio nas comunidades. “Ter tido tempo para aprender sobre a cultura, arte e a história do Japão foi muito especial”, disse ela.

Como parte da viagem, Jolie visitou uma grande variedade de artesãos e fabricantes japoneses, alguns dos quais carregam um legado secular. “Não quero fingir que conheço ou entendo a cultura japonesa, mas direi que sempre senti que existe uma graça e uma intenção que parecem vir das coisas feitas no Japão”, diz ela.

O termo japonês “mottainai” – que significa não desperdiçar e está relacionado com a natureza de respeitar e trabalhar com o que você tem – foi algo que ela achou particularmente encantador. “Acho que isso diz quase tudo. E isso se desenvolveu naturalmente na sociedade japonesa. Não é um movimento, faz parte da cultura deste país que as coisas sejam valorizadas.”

Embora a barreira do idioma possa ter tornado as coisas difíceis, Jolie achou que seu tempo com os artesãos no Japão foi esclarecedor de uma forma que transcendeu as palavras. “É verdade quando dizem que você aprende mais em uma hora de prática do que em um ano de conversa”, disse ela.

Para Jolie, que se identifica como punk desde a adolescência, a sustentabilidade anda de mãos dadas com a rebeldia. “Punk é a antítese de seguir as tendências populares, seguir influenciadores ou ouvir das grandes empresas o que está na moda. Trata-se de questionar por que somos levados ao consumo excessivo ou por que nos sentimos incompletos sem possuirmos certas coisas,” disse ela.

Para nos afastarmos dessa manipulação que nos mantém “presos ao ciclo de consumo que as empresas desejam”, como ela mesmo diz, “acredito que todos precisamos nos afastar destes pensamentos, destes meios de comunicação e refletir sobre quem éramos antes de tudo isso”.

Afastar-se do ciclo implacável de consumo também é fundamental para a marca Atelier Jolie, que ela abriu em Manhattan no ano passado. Funcionando como um local colaborativo para artistas e alfaiates, com foco em tecidos vintage e estoque morto, Jolie considera o espaço um afastamento radical do varejo de moda padrão.

“Não estou tentando formar uma casa de moda ou virar uma designer de moda. Eu realmente queria criar um lugar onde qualquer pessoa pudesse vir, descobrir sua própria criatividade e fornecer as ferramentas necessárias para se trabalhar”, diz ela.

Ela se refere ao Atelier Jolie não apenas como uma loja, mas como uma casa. “A esperança é que muitos grandes artistas que existem há muito tempo venham e façam parte da nossa casa e então novos jovens artistas descobrirão e influenciarão uns aos outros,” diz ela.

As roupas sashiko, cuidadosamente elaboradas por Sasaki Yohinten, por exemplo, já estão disponíveis na loja: “Espero que o Atelier e um trabalho como este, de viajar e conhecer outros artistas, possam restaurar minha relação com a criatividade de uma forma que me deixem mais feliz, mais viva como artista e desfrutando disso.”

Quando se trata de falar sobre seus próprios pontos fortes como artista, Jolie é caracteristicamente autodepreciativa. “Provavelmente, também é meu ponto fraco. Mas meu ponto forte é que sou muito emotiva. Sou profundamente humana e imperfeita. Sinto que quero me conectar com outras pessoas. E isso pode trazer o caos, mas também pode trazer conexões muito autênticas”, diz ela.

Essa emotividade e intensidade internas a deixam inquieta – e sempre deixaram. “Não durmo bem, não sou desse tipo de pessoa. Eu nunca me acomodo. Mas, você sabe, acho que alguns de nós nascemos assim. Tenho tentado me acalmar desde os cinco anos de idade e isso simplesmente não está acontecendo. Algumas pessoas nascem pegando um pouco de fogo,” ri ela.

Como uma estrela que passou grande parte de sua carreira sob a intensidade implacável dos holofotes de Hollywood, Jolie teve que estabelecer limites entre o pessoal e o público para evitar se sentir sufocada. “Eu meio que mantenho as coisas separadas. E eu realmente não encontrei uma maneira de ter um relacionamento com a fama – a não ser quando trabalho como diretora. Acho que tenho evitado tudo isso, porque venho evitando Hollywood desde quando era jovem”, disse ela.

Jolie continuou com seu trabalho humanitário por mais de duas décadas – realizando mais de sessenta missões de campo e conhecendo pessoas deslocadas em todo o mundo como Enviada Especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, cargo que ela deixou em 2022 para se concentrar em um trabalho mais direto com organizações locais e com organizações lideradas por refugiados.

“Quanto mais você se torna consciente do mundo, mais isso entra na sua alma de uma forma muito, muito pesada. Porque você descobre a dor, a desumanidade, a crueldade. E é muito real e há muita injustiça. À medida que você envelhece você vê quantas vezes, principalmente hoje em dia, muitas coisas pelas quais lutamos estão retrocedendo”.

Para Jolie, parte da resposta para isso está na construção de uma comunidade e na conexão com pessoas que pensam como você. “Não há solução fácil. E então você apenas tenta encontrar maneiras de contribuir com algo positivo, ou nem mesmo positivo, você encontra maneiras de estar em comunidade com outras pessoas boas”, diz ela.

Seu Atelier em Nova York inclui uma parceria com uma organização liderada por refugiados, Eat Offbeat. Ela também tem apoiado um programa de desenvolvimento liderado localmente no Camboja, em nome de seu filho Maddox, nos últimos vinte anos. No geral, ela acredita que mais apoio internacional em situações de conflito deveria ir diretamente para a população local.

E onde é que a indústria da moda, com todos os seus desafios e contradições, se enquadra no panorama futuro? “É importante reconhecer para onde estamos empurrando certas ideias com relação aos jovens e dizer coisas que eles precisam ouvir para se tornarem bons o suficiente. Alguém pode ficar emocionado por comprar uma camiseta de 3 dólares e fico feliz por existir essa opção, mas é importante questionar como ela foi feita e quem se lesionou para que isso acontecesse”, diz ela.

Depois de passar um tempo com alguns artesãos no Japão que fazem e cuidam das coisas de uma forma muito mais lenta e ponderada, Jolie disse acreditar que a moda pode aprender muito com isso. “Acho que essa é, provavelmente, a parte da sustentabilidade que é menos compreendida. O fato de que deveríamos ter menos coisas, mas coisas especiais. Não se trata de possuir algo de alto valor monetário, mas de estabelecer uma relação com algo que foi criado ou encontrado”, diz ela, acrescentando que uma abordagem sustentável da vida através da auto expressão pode ser transformadora.

“O retorno à auto expressão é muito importante assim como também ao respeito pela cultura e pela arte. Essa é a beleza de estar viva e ser humana,” disse ela.

Várias fotos foram adicionadas em nossa Galeria. Clique em qualquer uma das miniaturas abaixo para ter acesso ao álbum.

• Fonte: Vogue Japão

 

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