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Jolie faz pronunciamento sobre o 8º ano de crise na Síria

14 de março de 2019

Nesta quinta-feira, dia 14 de Março, a Enviada Especial do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, Angelina Jolie, fez um pronunciamento a respeito do oitavo aniversário do conflito na Síria. A violência e a destruição continuam a infligir sofrimento a milhões de pessoas sírias. Metade da população da Síria foi deslocada à força desde o início da crise em Março de 2011. Mais de 5.6 milhões de Sírios vivem como refugiados. Além disso, milhões de pessoas encontram-se deslocadas internamente. Jolie se pronunciou dizendo:

“Meus pensamentos estão com o povo sírio já que entramos em mais um ano deste devastador conflito. Em particular, eu penso nos milhões de sírios que lutam para sobreviver como refugiados na região, em todas as famílias que encontram-se deslocadas dentro do país e em todos aqueles que sofreram lesões, traumas, fome e que perderam um ente querido.

Milhões de sírios não participaram da guerra, mas vivem com suas terríveis consequências. É impossível descrever a resiliência e a dignidade das famílias sírias que eu conheci. Todo refugiado sírio com quem passei tempo nos últimos oito anos, jovens e idosos, falaram em anseio pela paz na Síria, para que possam voltar para casa. Alguns já começaram a voltar – famílias deslocadas internamente e, em menor escala, refugiados. É importante que o retorno seja feito pelo próprio refugiado, com base em decisões informadas e não pela política. Conversar com refugiados e colocar suas perspectivas e preocupações no centro do futuro planejamento de retorno é algo vital – é uma questão de direitos.

Enquanto isso, a lacuna entre o que os refugiados sírios e os internamente deslocados precisam para sobreviver, e a assistência humanitária disponível, está crescendo a cada dia. Existem sírios dentro do país que estão tentando reconstruir suas vidas em torno de escombros, sem o apoio necessário. Milhões de famílias sírias refugiadas estão vivendo abaixo da linha da pobreza, acordam todos os dias sem saber se vão encontrar comida ou remédios para seus filhos e lutam com dívidas acumuladas durante os oito anos no exílio.

Mulheres e crianças enfrentam encargos adicionais, incluindo oportunidades de trabalho extremamente limitadas, violência sexual baseada no gênero, tais como casamentos forçados e precoces, abuso, exploração sexual e violência doméstica. Os países anfitriões – Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito – tem feito muito para ajudar os refugiados, mas eles precisam fortemente de financiamento para continuar a apoiar os milhões de refugiados e ajudar suas populações locais a lidar com o problema econômico e com as pressões sociais.

Enquanto o conflito continua, até que os sírios possam retornar para suas casas, o mínimo que podemos fazer é tentar atender essas necessidades humanitárias urgentes: minimizar, o máximo possível, o sofrimento humano e tentar mitigar alguns dos danos causados por estes oito anos perdidos com este conflito sem sentido. É o mínimo que podemos fazer para um povo que, na verdade, merece muito mais: o direito de viver em paz, segurança e dignidade em seu país”.

Fonte: UNHCR