Angelina Jolie confirma participação em “Malévola 2”
4 de setembro de 2017
Nesta última semana, Angelina Jolie concedeu algumas entrevistas para divulgar seu mais recente filme, “First They Killed My Father”. Uma delas foi compartilhada neste domingo, dia 03 de Setembro de 2017, pelo site Deadline, e nela a atriz confirmou sua participação no filme “Malévola 2”. O artigo foi escrito por Pete Hammond e foi escrito por ele durante o Festival de Cinema de Telluride. Confira a tradução feita na íntegra pelo Angelina Jolie Brasil:
Por Pete Hammond
Angelina Jolie me contou que está adorando estar, pela primeira vez, no Festival de Cinema de Telluride. A cineasta se encontra na cidade desde a pré estreia de seu novo filme “First They Killed My Father” que aconteceu neste sábado. Este é seu quarto filme como diretora e vem recebendo fortes elogios.
O poderoso e lindamente filmado longa se passa na década de 1970, quando o regime do Khmer Vermelho aterrorizava o Camboja, e será exibido pela Netflix em alguns cinemas em meados de setembro, depois de estrear no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF).
O filme é baseado no livro de memórias escrito por Loung Ung que fala sobre o devastador efeito que o Khmer Vermelho causou em sua própria família, quando ela tinha apenas 9 anos ide idade. Ung, que também está em Telluride, adaptou o livro ao lado de Jolie. Ontem, no entanto, Jolie contou ao público de Telluride que o povo cambojano acabou fazendo isso sozinho. “A Netflix tornou tudo isso possível e deu a eles, ferramentas para que conseguissem contar sua história,” disse ela.
Esta também é uma perigosa história para o mundo atual, já que ditadores e perigosos regimes ainda parecem prosperar em alguns lugares. Este filme, que poderia ser irrestritamente brutal na hora, em vez isso, é de certa forma e quase lírico, já que é contado através dos olhos das crianças afetadas pela guerra. O longa tem o ganhador do Oscar, Anthony Dod Mantle, como diretor de fotografia e a trilha sonora é assinada por Marco Beltrami.
Na noite deste sábado, em um jantar privado no Restaurante Cosmopolitan, enquanto uma tempestade caía la fora, eu sugeri a Jolie e Ung (que agora mora em Cleveland), que o destino havia interferido na vida das duas. Há vários anos, em uma viagem pelo Camboja, Jolie acabou comprando um livro, que custava em torno de 2 dólares, em uma loja de esquina. O livro continha as memórias de Ung e ele mudou tanto a vida de Jolie, que agora está sendo lançado ao mundo.
“Eu comecei a dirigir apenas alguns atrás e certa vez eu me peguei pensando nas coisas que mais importavam para mim, nas coisas que tinham mudado minha vida e nas coisas que precisavam ser contadas. Como eu amo muito o Camboja, eu sentia que as pessoas tinham que saber o que havia acontecido lá. Eu queria que meu filho soubesse quem eram seus compatriotas, eu queria que ele se orgulhasse da cultura de seu país, que ele confrontasse e que fosse honesto com relação ao seu passado”, disse Jolie ao público ontem, quando contava que esperou alguns anos até que Maddox pudesse participar completamente do projeto; na verdade, ele acabou recebendo os créditos de Produtor Executivo do longa e também está em Telluride.
No jantar, eu perguntei por que Jolie havia escolhido a Netflix e ela me disse que foi em virtude da situação do cinema atual. Um filme pequeno como este, em língua estrangeira e sem nenhuma celebridade, teria muita sorte se conseguisse ser exibido em um pequeno cinema de Nova York. Ela disse que a Netflix permite que o filme seja encontrado e visto por um público muito maior, além disso, a Netflix também ajudará a dar uma maior impressão nas mídias sociais.
Conseguir que este filme fosse feito foi apenas um dos obstáculos de Jolie. Conseguir que ele seja assistido é, claramente, sua missão atual. O chefe de conteúdo da Netflix, Ted Sarandos, sentou-se na minha frente ontem durante a exibição do filme e eu perguntei a ele sobre os planos do longa ser enviado pelo Camboja para concorrer ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Ele me disse que está confiante de que isto vá acontecer. Isso geraria um efeito extraordinário, por ter Jolie – uma diretora norte americana – em um longa elegível na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Mas primeiro, o filme terá que passar pelas exigências da Academia, já que a maior parte da equipe criativa também deve ser do país de origem. Para Jolie, o fato de que este filme possa ser enviado pelo atual regime cambojano é algo notável, considerando algumas das coisas que estão acontecendo no momento, incluindo as tentativas de encerrar alguns meios de comunicação.
“Eu sou uma mulher ocidental e seria incrível se eles concordassem em enviar nosso filme para a Academia”, disse ela acrescentando que esta seria uma poderosa e surpreendente mensagem de apoio pelo governo cambojano.
Jolie, por conta de seu contínuo trabalho com os refugiados ao redor do mundo e por seu trabalho com as Nações Unidas, ganhou o Oscar Humanitário Jean Hersholt, além de também ter ganhado a estatueta na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante por seu trabalho no filme “Garota, Interrompida”. No entanto, dirigir um filme que poderia levá-la até a 90ª Edição do Oscar seria algo sem precedentes para esta cineasta que possui cidadania cambojana desde 2005.
Ao meu ver, o roteiro adaptado ao lado de Ung também poderia receber uma indicação na categoria de Melhor Roteiro Adaptado, que é muito mais fácil em termos de concorrência. Apesar de já ter dirigido outros filmes, como “Na Terra de Amor e Ódio”, “Invencível” e “À Beira Mar”, faria todo o sentido ver “First They Killed My Father” concorrendo na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Como eu disse anteriormente, o fato dela ser uma diretora excepcional que trabalhou duro e se preocupou ao gravar seus filmes em várias línguas. Ela gosta que o diálogo seja autentico e não se preocupa com o uso de legendas.
Com quatro conquistas na direção, perguntei se ela já tinha outro projeto em mente e ela me disse que está na hora de voltar a atuar. “Agora eu sou a chefe da família, portanto está na hora de voltar,” disse era rindo. Existem rumores de que ela talvez estrelasse o novo longa da Universal, “A Noiva de Frankenstein”, mas ela disse que vai voltar a intepretar Malévola.
“Nós estamos trabalhando no script e esta vai ser uma sequência muito forte,” disse ela animada pela perspectiva de voltar a interpretar a vilã da Disney. Enquanto isso, ela está ajudando a tornar memorável esta edição do Festival de Cinema de Telluride.
Fonte: Deadline
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