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Angelina Jolie concede entrevista a programa de rádio

17 de junho de 2016

Nesta sexta-feira, dia 17 de Junho, a cineasta norte americana, Angelina Jolie Pitt, concedeu uma entrevista ao programa Woman’s Hour da rádio BBC. Durante o programa, Angelina falou sobre sua família, seus filhos, sobre questões de saúde e sobre os refugiados.

Que a família Jolie-Pitt é multicultural todo mundo já sabe. Para diversificar ainda mais o cotidiano da família, todos os seis filhos do casal estudam línguas diferentes, contou a atriz.

“Perguntei a eles que línguas eles queriam aprender e Shi está estudando Khmai, uma língua do Camboja, Pax está focado em aprender vietnamita, Mad está fazendo aulas de alemão e russo, Z está falando francês, Vivienne quer muito aprender árabe, e Knox está aprendendo língua de sinais”.

Juntos, Angelina e Brad são pais de Maddox Chivan, 14, do Camboja, Pax Thien, 12, do Vietnã, e Zahara Marley, 11, da Etiópia. Eles têm três filhos biológicos: Shiloh Nouvel, 10, e os gêmeos Knox Leon e Vivienne Marcheline, de 7 anos. Segundo Angelina, nenhum deles pretende seguir a carreira dos pais.

“Acredito que eles gostam do processo do cinema pelo lado de fora. Mad se interessa por edição e Pax ama música e DJ. Mas nenhum dos meus filhos quer ser ator. Na verdade, eles estão muito interessados em serem músicos.”

Durante a entrevista, Angelina também falou sobre suas experiências como Enviada Especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR/ACNUR). A cineasta comentou como o fato de ver mulheres presas em campos de refugiados com cuidados de saúde mínimos influenciou suas próprias decisões, com relação à sua saúde.

Mais notavelmente, o que fez com que ela refletisse a respeito da dupla mastectomia preventiva realizada em 2013 e, mais tarde, da remoção dos ovários em 2015 – opções que, segundo ela, são impossíveis de serem realizadas pela maioria das mulheres presas em campos de refugiados e às quais sua mãe não teve informações a respeito. Sua mãe, Marcheline Bertrand, faleceu em Janeiro de 2007, depois de 8 anos de luta contra um câncer de ovário.

“Quando você passa por algo e descobre mais sobre você mesma e sobre seu corpo, com relação à assuntos médicos, você sente que, realmente, aquilo não foi uma decisão. Eu acho que eu recebi informações, que minha mãe deveria ter recebido. Eu queria que ela tivesse tido opções. Eu queria que ela tivesse feito a cirurgia e que tivesse tido a oportunidade de passar mais alguns anos com a minha família”.

Desde a operação, Angelina tem falado abertamente sobre o processo que ocorre por trás das decisões, encorajando mulheres a considerar os procedimentos como opções – ela faz questão de frisar que são apenas opções. Ela disse ainda que é grata pela oportunidade de conseguir falar a respeito de suas decisões e das cirurgias. “Significa muito pra mim”, acrescentou ela.

“Se existir uma mulher por aí, que foi ao médico, fez os testes e descobriu que tinha câncer ou que descobriu que possuía mutações genéticas a tempo, e eu tenha feito parte disso, isso me deixa muito emocionada”.

Mas, junto com a sensibilização do problema, informando milhares de mulheres ao redor do mundo, Angelina permanece consciente de que ela possui muita sorte. Depois de visitar incontáveis campos de refugiados no Oriente Médio e na África, ela sabe melhor do que ninguém que tudo poderia ter sido muito diferente.

“Eu, provavelmente, não teria chegado tão longe se eu fosse uma refugiada”.

Falando sobre a decisão de dar luz à sua filha Shiloh na África, Angelina contou como ela mesma ficou cara-a-cara com os problemas de saúde enfrentados por milhões de outras mulheres e como isso poderia ser facilmente corrigido.

“Eu fui a um hospital na Namíbia, onde eu iria ter minha filha, e eu já estava com o bebê encaixado. Eu precisava de uma cesariana e eu sabia que ela estava encaixada porque eu tinha dinheiro para pagar o exame de ultra-som. Mas eu descobri que até mesmo o hospital local que atende muitas, muitas mulheres – e que era um bom hospital – não possuía um aparelho de ultra-som. Ou seja, a maioria das mulheres saberia se estava com o bebê encaixado, saberia quantos filhos estava esperando ou se teria complicações durante o trabalho de parto, se tivesse acesso a um simples aparelho. Mas eu sei que existem pessoas extraordinárias por aí que estão trabalhando para melhorar a saúde das mulheres em todo o mundo e existem muitos grupos dedicados exclusivamente para isso; seus trabalhos são tão necessários que estas soluções deverão acontecer”.

Fonte: Folha e People.