No parlamento britânico, Jolie fala sobre a violência sexual
8 de setembro de 2015
A atriz norte americana Angelina Jolie compareceu nesta terça-feira (08/09) a uma Comissão no Parlamento Britânico que busca soluções para a violência sexual em áreas de conflito. A cineasta aproveitou para pedir que os governos tomem “ações reais” para acabar com o problema.
“Como artista, posso expressar certas coisas e chegar a pessoas de todo o mundo, mas são os governos e os líderes, os únicos que podem fazer a diferença com ações reais, com políticas que vão de cima para baixo. Essa é a única coisa que pode finalmente acabar com a violência sexual”, afirmou a atriz, de 40 anos.
Jolie, Enviada Especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR/ACNUR), compareceu à comissão na Câmara dos Lordes junto com o ex-ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague. Durante o discurso, Hague expressou o desejo de que “muitos outros parlamentos façam uma comissão” como essa. Ele argumentou ainda que a luta contra a violência sexual é “fundamental para que qualquer política de Relações Exteriores funcione”.
“Não é algo que fazemos quando não estamos ocupados demais com outros temas. Prevenir essa violência é algo crucial”, afirmou Hague, que ressaltou que os homens devem se envolver mais na solução do problema. “Me perguntam frequentemente por que um homem se preocupa com isto. Estes são crimes cometidos, quase que exclusivamente, por homens. Estes que muitas vezes ficam impunes. Isto deveria seria motivo de vergonha para todos os homens, e os líderes mundiais devem liderar uma solução”, argumentou.
Jolie manifestou “gratidão” ao Reino Unido e ao Governo britânico por ter “liderado” uma resposta à violência sexual.
Hague e Jolie empreenderam, nos últimos anos, diversas viagens a zonas de conflito para avaliar a situação de campo. Em 2012, os dois lançaram uma campanha contra a violência sexual em zonas de guerra abrangendo países como a República Democrática do Congo e a Bósnia.
Em 2014, a atriz foi nomeada Dama Honorária pela Rainha Elizabeth II em reconhecimento por sua contribuição à política de Relações Exteriores britânica e por seu trabalho contra a violência sexual nas zonas de conflito.
“Recentemente conheci no Iraque, uma menina de 13 anos que tinha sido trancada em um quarto junto com outras meninas. Todas eram repetidamente estupradas, mas me explicaram que, além da violência física, tinham que ouvir seus sequestradores contarem como vendiam as outras meninas. Elas ouviam como os homens discutiam os preços por elas e isso era humilhante. Hoje, ao estar aqui, diante dos senhores, que estão estudando a melhor forma de acabar com essas situações, sinto que estamos dizendo a essa menina qual o seu valor. Estamos avaliando e trabalhando juntos por ela, e é um privilégio fazer parte disso”, afirmou a atriz.
Texto: Terra
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