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Angelina Jolie apoia novo cargo de William Hague

15 de julho de 2014

De acordo com o site da ‘Thomson Reuters Foundation’, a atriz e Enviada Especial da UNHCR – Angelina Jolie – disse, nesta terça-feira (15 de julho), que espera continuar a trabalhar com o ex-Ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, na luta contra a violência sexual em conflitos.

Hague, que pediu demissão de seu cargo como Ministro nesta segunda-feira (14), irá trabalhar como Representante Especial do Reino na Prevenção da Violência Sexual em conflitos.

Jolie, que é enviada especial do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (UNHCR), tem trabalhado, desde 2012, ao lado de Hague nas questões de estupros em massa utilizados nas guerras e nas outras zonas de conflitos. Juntos, eles sediaram a primeira Cúpula Internacional Contra a Violência Sexual nos Conflitos, que atraiu cerca de 1.200 representantes de 120 países para um evento de quatro dias que aconteceu na cidade de Londres, na Inglaterra, no mês passado. Em um comunicado feito à Fundação Thomson Reuters (Thomson Reuters Foundation), Jolie disse:

“Estou muito contente com o fato de William Hague ter sido nomeado Representante Especial do Primeiro Ministro na Prevenção da Violência Sexual em Conflitos e com o fato do Reino Unido continuar na liderança desta iniciativa. William e eu estamos, agora, mais focados na próxima fase de nossa campanha. Nós iremos pedir aos países para que cumpram as promessas que fizeram na Cúpula Internacional Contra a Violência Sexual em Conflitos que aconteceu em Londres, e iremos trabalhar junto com eles nesta iniciativa. Nós dois estamos absolutamente comprometidos com esta causa assim como também com nossa parceria”.

No passado, William contou que, inicialmente, o que fez chamar sua atenção para a questão da violência sexual contra as mulheres nos conflitos foi o filme lançado em 2011, “Na Terra de Amor e Ódio” (In The Land of Blood and Honey), no qual Jolie estreou como diretora. O filme, que tem como pano de fundo a Guerra da Bósnia (que aconteceu durante os anos de 1992 e 1995), se passa em campos de prisioneiros onde o estupro foi utilizado como arma de guerra contra cerca de 50.000 mulheres. Jolie, no entanto, disse que começou a fazer uma campanha contra a violência sexual utilizada em conflitos, depois de visitar a Serra Leoa em 2001, como Embaixadora da Boa Vontade, e testemunhar os efeitos duradouros da guerra civil, durante a qual mais de 60.000 mulheres foram estupradas.

Desde a parceria com Jolie, William Hague viajou, para conhecer vítimas de estupro e outros sobreviventes da violência sexual, a inúmeros países. Os dois visitaram a República Democrática do Congo em 2013, onde a UNICEF estima que cerca de 36 mulheres e meninas são estupradas diariamente por conta do conflito que acontece no país. Já no começo deste ano, os dois visitaram a Bósnia-Herzegovina, onde conversaram com sobreviventes de estupro na cidade de Sarajevo e na cidade de Srebrenica, local onde aconteceram numerosos estupros contra mulheres e meninas muçulmanas da Bósnia, assim como também onde ocorreu o genocídio de 8.000 homens muçulmanos.

Em 2013, Hague e Jolie, ao lado de Zainab Hawa Bangura – Representante Especial do Secretário Geral da ONU sobre a Violência Sexual – lançaram uma Declaração no G8 sobre a Prevenção da Violência Sexual nos Conflitos. Assinada por 150 países, a declaração contém promessas de acabar com a impunidade com relação aos atos de violência sexual em conflitos, descreve como se pode investigar e processar os autores de tais crimes, além de prestar auxílio para as vítimas. Entre as metas da Cúpula Internacional Contra a Violência Sexual que aconteceu em Junho, está a previsão de mais treinamento para os soldados e para as forças de paz com a finalidade de dar mais apoio às vítimas e de aumentar a conscientização global com relação a esta questão.

Fonte: Thomson Reuters Foundation