A decisão de Angelina Jolie
16 de junho de 2013
Foi uma decisão polêmica e muita gente achou que era radical demais. Mas, pelo menos em um ponto, todos concordaram: a atriz Angelina Jolie, que completou 38 anos neste mês, foi corajosa ao escolher fazer uma dupla mastectomia preventiva para reduzir o risco de desenvolver câncer de mama. Portadora de uma alteração no gene BRCA1, fator de predisposição genética para tumores malignos nos seios e nos ovários, a atriz teve o risco real estimado em 87% após fazer um exame de alto custo (chega a 7 mil reais no Brasil). Em um artigo publicado no jornal americano The New York Times, no mês passado, Angelina abriu totalmente o jogo sobre sua escolha e relatou os motivos que a levaram a fazer isso. “Uma vez que eu descobri que essa é minha realidade, eu decidi ser proativa”, escreveu em um trecho do bem fundamentado texto. “Meu risco de desenvolver câncer de mama caiu para menos de 5%. Posso dizer a meus filhos que eles não precisam ter medo de me perder.”
Com seu ato, a sempre engajada atriz, mãe de três filhos biológicos e três adotivos, conseguiu outro feito: fazer com que os olhos do mundo inteiro se voltassem para a questão da prevenção do câncer de mama, doença que atinge 1,5 milhão de mulheres por ano e mata um terço delas. Em 2007, Angelina perdeu a mãe para a doença. A avó materna também foi vítima do mal em 1973. O procedimento que deu origem a novos debates sobre o tema começou em fevereiro, quando a estrela fez uma pequena cirurgia que preservaria os mamilos para a reconstrução dos seios. Duas semanas depois, foi submetia à mastectomia total para remoção de todas as glândulas mamárias. E, no final de abril, colocou as próteses de silicone.
No artigo que escreveu, a atriz se preocupou em encorajar outras mulheres a buscar informações sobre a doença, em vez de fugir do assunto, e enfatizou que dispomos hoje, de opções médicas. Ela disse ainda que não se sentiu menos feminina sem os seios e que é sortuda por ter ao lado um marido como o ator Brad Pitt, que lhe deu (e dá) apoio o tempo todo. Médicos concordam que, sim, é preciso se empenhar na prevenção. Mas eles fazem ressalvas, lembrando que a dupla mastectomia é uma medida muito radical, e, além do mais, não deixa a paciente totalmente livre do fantasma do câncer. Ok, Angelina pode não estar 100% protegida. Certamente, no entanto, ela, o parceiro e seus filhos se sentem agora bem mais tranquilos.
Artigo escrito por Rachel Campello para a edição do mês de Junho da revista brasileira Claudia.
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