Angelina Jolie Brasil

A Embaixadora da Boa Vontade da UNHCR, Angelina Jolie, esteve hoje no Paquistão ressaltando o sofrimento das milhões de vítimas das inundações e a necessidade de continuar ajudando os desabrigados.

Jolie está viajando como enviada pessoal do Alto Comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres. Nesta terça-feira, ela visitou o vilarejo Mohib Banda que fica ao noroeste do Paquistão, na região de Khyber Pakhtunkhwa e próximo de Peshawar, e que inclui o campo de refugiados Azakhel Afghan e o campo Jalozai para pessoas internacionalmente desabrigadas.

“Está claro que esta crise está longe de terminar. As pessoas perderam tudo: suas casas, seus pertences, suas colheitas e gados, e os seus meios de subsistência. Muito tempo depois das câmeras terem ido embora, as pessoas aqui, continuarão se esforçando para reconstruir suas vidas,” disse Jolie.

Esta é a quarta visita de Jolie ao Paquistão desde que se tornou Embaixadora da Boa Vontade da UNHCR em 2001. Sua última visita foi em Novembro de 2005 logo após o devastador terremoto que assolou o norte do país.

Nesta terça-feira, ela conheceu pessoas que foram diretamente afetadas pelas inundações, inclusive em Mohib Banda, onde cerca de 70% das casas foram destruídas ou ficaram seriamente danificadas pelas águas.

“Nós nunca seremos capazes de pagar pelas coisas que tivemos”, contou Rehman Gul a Jolie enquanto apontava para as ruínas de sua antiga casa. “Desde as enchentes, as moscas e os mosquitos estão por toda parte… sobre as crianças, sobre nós, sobre tudo.” Quando Jolie pediu para Gul falar sobre sua situação, a sua esposa, Zainul, disse: “Como posso contar a você todas as coisas que precisamos? Eu me sinto envergonhada.”

Jolie andou pela aldeia, conhecendo famílias e testemunhando em primeira mão a perda o transtorno. “Formou-se um pequeno riacho ao lado das casas que foram destruídas. Estava cheio de uma mistura de fezes, moscas, sapatos e roupas velhas que tinham sido recentemente levadas pela água”, disse Jolie.

As primeiras enchentes que atingiram o Paquistão, em julho, já afetaram milhões de pessoas.

“Nós não devemos esquecer que a inundação não é o único problema que assola o país. Eles ainda estão reconstruindo sua infra-estrutura depois do terremoto em 2005. Eles continuam a ter um grande número de desabrigados internos em conseqüência dos conflitos ao norte, e 1.7 milhões de refugiados afegãos que precisam de cuidados e refúgio, já que o conflito ainda continua em sua terra natal. E agora, é claro, as recentes inundações e suas conseqüências já afetam milhões e ameaçam iminentes doenças. Um problema não anula o outro, um problema não deve puxar o foco de outras muitas complexidades da situação no Paquistão. Ao longo da última três décadas, o Paquistão tem sido muito generoso em acolher o que continua a ser a maior população de refugiados no mundo. É agora que o povo paquistanês precisa de assistência em larga escala”, disse a Embaixadora da Boa Vontade sublinhando a necessidade de prosseguir nos esforços de apoiar os mais necessitados.

A UNHCR já ajudou cerca de 750.000 pessoas, mas as contínuas inundações em várias áreas do sul do Paquistão estão criando novos desafios nos esforços em ajudar no que já se tornou uma das crises humanitárias dos últimos tempos.